quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Músicas infantis portuguesas ou "como é que as ouvimos na infância sem sofrer danos permanentes"

Nos últimos tempos a Madalena tem sido bombardeada com música infantil tradicional portuguesa na escola. Pois quando chega a casa acaba por pedir para a ouvir. Eu deixo, até porque há músicas giras, mas numa análise mais profunda das letras percebi que foi uma sorte termos crescido todos sem algum tipo de desvio comportamental. Porquê? Ora atentem:

1- "Atirei o pau ao ga to to mas o ga to to não morreu eu eu"

Sacana do gato. Ora então atira-se-lhe um pau e o raio do bicho não morre? Vá, ao menos que tenha ficado estropiado para a vida...

2- "Vou pedir ao senhor barqueiro que nos deixe passar, tenho filhos pequeninos não os posso sustentar"

É bom. Assim eles valorizam a sorte que é terem pais que os sustentem e não os abandonem à primeira dificuldade.

3- "Mas o vento a soprar, leva o balão pelo ar, fica então, o João, a choramingar"

Importantíssimo. Perceber logo da mais tenra idade que, no fundo, tudo acaba mal. Uma lição valiosa para a vida.

4- "7 e 7 São 14, com mais 7 21, tenho 7 namorados e não gosto de nenhum"

Bom. Pode ser que assim não sofra grandes desgostos amorosos. Também com 7 namorados quem tem cabeça para isso?

5- "Olha a bola Manel, olha a bola Manel, foi-se embora, fugiu. Olha a bola Manel, olha a bola Manel, nunca mais ninguém a viu"

Se depois do balão ainda poderiam pensar que as coisas melhorassem vem o Manel lembrar-nos que não. O "nunca mais ninguém a viu" assassina a última réstia de esperança.

6- Alecrim, alecrim aos molhos por causa de ti choram os meus olhos"

Eu desta gosto. Tenho alergias péssimas e assim sinto que não estou só. No meu caso não será ao alecrim mas mais o pó e pólen. 

7- "Ó i ó ai, só a mim ninguém me leva,
Ó i ó ai, para o pé do meu amor." 
Outra para os preparar de antemão para desgostos amorosos. 


No meio disto tudo acho que até nos saímos bastante bem. Esperemos que eles também se aguentem 😏

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O que gostava que me tivessem dito

1 - É normal não amar o nosso filho no primeiro momento que o vemos

Sempre ouvimos as histórias do amor imediato que uma Mãe tem de sentir assim que vê o filho recém nascido, mas muitas vezes isso não acontece e é normal. Não se preocupem. Esse amor vai aparecer sem darem por ele, e que amor...

2 - Vais sentir-te perdida

Especialmente nos primeiros dias em casa. Ter nas nossas mãos a responsabilidade de assegurar a sobrevivência do nosso filho é assoberbante. Falem com amigas que já tiveram filhos. Peçam ajuda. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de vontade de querer fazer mais e melhor.

3 - Não faz mal dizer que não às visitas

Seja no Hospital ou em casa. Nos hospitais particulares o horário alargado de visita e pouco (ou nenhum) controlo na quantidade de pessoas no quarto favorece as visitas eternas, não permitindo que os pais tenham tempo a sós para se ajustarem a esta nova realidade. O mesmo se passa em casa, com a romaria de pessoas nos primeiros tempos que, involuntariamente, acabam por fazer sala. Esta é uma altura delicada. A Mãe está cansada, as hormonas estão ao rubro, o bebé é muito pequeno. Digam não. Ponham os pais a pedir às pessoas que façam visitas curtas, se assim o quiserem. Ninguém vai levar a mal.

4 - O pós parto pode ser doloroso

Especialmente para as Mães com episiotomias ou que fizeram cesarianas. Vai custar pegar no bebé, vai custar dar banho, um espirro é coisa para nos deixar em lágrimas. Mas vai passar. A capacidade de recuperação de uma Mãe é incrível, porque a vontade de tomar conta do filho faz com que as dores desapareçam em tempo recorde.

5 - Vais-te sentir sozinha

Ter um bebé pequeno é uma tarefa muito recompensadora mas ao mesmo tempo extraordinariamente solitária. Passa-se o dia a falar com um pequeno ser sem a capacidade de nos responder ou a cumprir tarefas: dar de mamar, por a arrotar, mudar a fralda, arrumar roupa. Procurem companhia. Nos centros de saúde existem cursos pós parto que não só permitem fazer algum exercício para (tentar) recuperar a figura mas, mais importante que isso, permitem falar com outras Mães que estão a passar pelo mesmo e isso ajuda muito. Se estiverem fartas de falar de bebés telefonem a amigas sem filhos e inteirem-se das últimas novidades. Façam o que vos parecer mais indicado mas não se isolem.

6 - O bebé não é de vidro

Um recém nascido é frágil, sim. É mais vulnerável que uma criança mais velha, sim, mas não é de vidro. Eles são muito mais resistentes que aquilo que podemos pensar por isso não os coloquem numa redoma. Se o tempo o permitir saiam de casa, vão ver o mar, vão ao parque. Vai fazer bem aos dois.

7 - Algumas pessoas não têm a noção do que implica visitar um recém nascido

Vai haver quem apareça carregado de perfume, os que acabaram de apagar um cigarro e cheiram a cinzeiro, aqueles que chegam a uma hora em que o bebé está a dormir e farão todos os esforços para o acordar (mesmo quando vocês disserem que demoraram uma hora a adormecê-lo), os que aparecem sem avisar e ainda esperam que lhes ofereçam uma refeição.
Aí os pais têm de pôr as mãos à obra. Peçam-lhes que ponham ordem nas situações sempre que sintam desconforto. O tio veio da rua e acha uma estupidez lavar as mãos antes de tocar no bebé que tem 1 semana de vida? Tudo bem. Não lava as mãos não toca no bebé. Não se sintam mal. Estão a garantir a integridade física do vosso filho.

8 - Vais comprar muita tralha que nunca vão usar

Faz parte. Aquele acessório que parece imprescindível e que tem de ser comprado muitas vezes vai acabar por ficar na embalagem, fechado.
Lembro-me de ter uma lista de coisas essenciais para os primeiros tempos e de ter comprado TUDO, organizado em caixinhas e colocado no carrinho das fraldas. Há poucas semanas ainda fui lá encontrar coisas por abrir (a Madalena está com 1 ano e 8 meses...).
É normal. Faz parte. Todos os fazemos.

9 - Vais-te esquecer de ti

A maternidade atira-nos para o último lugar na lista das prioridades. Na possibilidade de aproveitar uma sesta do bebé para pormos também o nosso sono em dia ou arrumar a roupa do bebé e repor os artigos no cesto das fraldas, vamos optar pelo segundo. Sem sequer pensar duas vezes. Quando o bebé acordar arrependemo-nos durante alguns segundos, mas na sesta seguinte acabamos por fazer o mesmo. Faz parte da condição de Mãe colocarmo-nos em último lugar. À medida que eles crescem temos de tentar fazer um esforço consciente para não o fazer sempre, mas muitas vezes vai ser um esforço inútil.

10 - O bebé vai chorar e não vais saber porquê

O instinto maternal existe, é real, mas demora tempo a apurar. Vai haver situações em que o bebé chora e não vão perceber porquê. Será frio? Será fome? Fralda suja? Cólicas? Até o próprio bebé pode não saber porque está a chorar. Vão eliminando possibilidades. Eventualmente vai parar. Não se preocupem, acontece a todos e melhora com o tempo.


11 - Vais sentir um amor sem igual

Tudo aquilo que dizem nos livros, filmes, séries é verdade, por mais cliché que pareça. É realmente o melhor da vida. Ter um filho é ter o nosso coração materializado numa pessoa. Vamos chorar com cada dor, rir com cada sorriso e orgulharmo-nos de todas as conquistas, por mais pequenas que elas sejam. E tudo vai valer a pena.








terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Música infernal

Ainda estou para tentar perceber de quem é a culpa.
A culpa óbvia é de quem criou este monstro, mas o autoplay do youtube também não se portou bem.
O que se passou? Passo a explicar.

Todas as manhãs ponho música a tocar na sala. Ultimamente ela começa a escolher o que quer ouvir e, influenciada pelo que ouve na escola, pede músicas do Avô Cantigas e clássicos como O balão do João e Naquela Linda Manhã.
Nisso o autoplay do Youtube ajuda.Vão passando músicas sempre dentro do mesmo género e nós andamos nas actividades matinais sem ter de pensar na música que virá a seguir.

Até aparecer isto:



Se ainda não conhecem não ponham isto a tocar perto das crianças.
Este horror tem uma capacidade inacreditável de hipnotizar crianças e assombrar os pais. Eu dou por mim a meio do dia a entoar o refrão. Imaginem.

Já nem falo no conteúdo da música (a sério, ouçam bem a letra, é um absurdo), só o ritmo "carrinhos de choque de Freixo de Espada à Cinta" é o suficiente para deixar qualquer um maluco.

Esta música apareceu por acaso há menos de uma semana e agora não há uma manhã que não seja passada ao som de "chucha chucha chucha...".E raro é o dia de trabalho que não canto estas palavras pelo menos umas 10 vezes, para a seguir pensar que estou a enlouquecer.

Por isso, autores desta música e autoplay. Não gosto muito de vocês.
É isto.
Mães que sofrem do mesmo mal, estou convosco. Ninguém merece...

Diálogo matinal

Fui com a Madalena à casa de banho para ir buscar uma escova de cabelo.
Virei a cara 2 segundos e, quando voltei a olhar para ela, tinha aberto uma caixa de 300 cotonetes deitando-os todo ao chão.
Segue o diálogo:

D- Madalena, quem atirou o cotonetes todos para o chão?
(Ela aponta para ela)
D- E agora, quem o vai apanhar?
M- A mamã
D- Não querida, a mamã vai-te ajudar mas apanhamos as duas sim?
M- Sim

Depois de ela ter apanhado e colocado na caixa UM cotonete deita-se no chão e finge estar a dormir.

D- Madalena, faltam 299 cotonetes. Estás a dormir?
M- Sim 
D- E diz lá à mamã, consegues dormir e apanhar cotonetes?
M- Sim
D- Então bora lá

A ensinar o multitasking desde sempre!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Tradições Natalícias...

... uma das recordações que tenho de criança era de, algures perto do Natal, o meu pai nos levar de carro por Lisboa para ver as luzes de Natal!

Hoje não posso mais estar fisicamente com ele mas posso tê-lo sempre comigo quando repito esta tradição... fomos mostrar à Matilde as luzes da Baixa e do Chiado e juro que o brilho que vi nos olhos dela, era também um sorriso do meu pai.






Feliz Natal!
Anita


quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Temos vencedora!!!!

Ho! Ho! Ho! O natal chegou mais cedo aqui ao blog.... Temos vencedora deste passatempo!




Parabéns! Envie-nos, por favor, um email para 007licencaparabolcar@gmail.com para combinarmos tudo!


As restantes, não se preocupem, mais novidades em breve!

domingo, 4 de dezembro de 2016

O Pai Natal

O Pai Natal é uma personagem pouco consensual. Um velhinho querido que leva presentes para um, um monstro verde de sete cabeças para outros. Ou se adora ou se odeia.

No ano passado a Madalena tolerou. Tirou as fotografias da praxe, sempre com ar desconfiado, mas a coisa até correu bem.
Este ano, assim que apareceu o primeiro Pai Natal de shopping fui com ela para ver a reacção. 

Calhou o Pai Natal ter-se atrasado nesse dia e termos ficado uns 15 minutos na fila à espera dele. Lá expliquei à Madalena que estávamos à espera do Pai Natal é ensinei-a a chamá-lo. Ela estava radiante: "Pái Natáááá!!!" gritava entre risos. Até que o dito aparece. 
De início não percebeu bem o que era, nem eu percebi o que viria dali.
Fomos logo as segundas. Avancei com ela ao colo e começo a senti-la a agarrar-se de braços e pernas ao meu corpo, cravando as unhas nos meus braços. 
Pensei: "Ok, está a estranhar, é normal".
Assim que chegámos a 2 metros dele  o caos instalou-se. Começa a berrar e a esconder a cara, enquanto gritava "NÃO!! NÃO!! NÃO!!".

Não insisti. Sai dali com ela, a tentar explicar que o Pai Natal era fofinho e que lhe ia trazer presentes. Está bem. Só acalmou quando o deixou de ver.

Ainda consegui que tirassem uma foto da tentativa de aproximação, foto essa que ficará guardada com todo o amor e carinho para a envergonhar quando fizer 18 anos ...




    


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Como adormecer uma criança estando com uma constipação

1- conter a tosse o máximo de tempo possível, acreditando que dá para aguentá-la até depois de sair do quarto. Acabar a tossir que nem um cão assim que ela finalmente adormece, reiniciando todo o processo

2- assoar o nariz mesmo antes de entrar no quarto para não haver pingos inesperados. Ter a criança ao colo, de preferência criança de ano e meio que já requer os dois braços para agarrar, não deixando uma mão livre para limpar o nariz. Começar a sentir um pingo a sair da narina. Inclinar a cabeça para trás, estoicamente a parar a gota ao mesmo tempo que embalamos a criança. Sentir que mesmo assim o pingo arranja maneira de seguir o seu caminho e, quando estamos a arranjar forma artística de limpar o nariz, sentir a gota a cair. Rezar para que não tenha caído na cabeça dela.

3- depois de passar a crise de tosse e o pingo, sentir finalmente o silêncio necessário para que o processo prossiga. Apercebermo-nos que piamos a cada expiração. Esperar que esse som funcione como ruído branco e propicie o sono.

4- ter a bebé mais fixe do mundo que, mesmo perante este cenário dantesco, adormece depressa (acho que foi por pena...) e nos deixa sair do quarto para tossir e assoar o nariz à nossa vontade 

Ainda falta muito para o Verão?..

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Casacos de Inverno vs Cadeira do carro

Com o tempo cada vez mais frio os casacos grossos de Inverno são um bem necessário. Protegem do frio, são impermeáveis e quentes o suficiente para permitir usar uma roupa mais fresca por baixo, de maneira a que eles não assem quando entram em ambientes mais quentes.

Agora é preciso ter uma coisa em atenção: casacos grossos e cadeiras do carro não combinam. 
Porquê? Vejam este vídeo para perceberem o risco.



Basicamente os casacos aumentam o espaço entre a criança e o cinto, espaço esse que num embate é o suficiente para que esta possa ser projectada para fora da cadeira.

A solução? Existem várias:

1- despir o casaco ao entrar no carro, colocar a criança na cadeira e tapar a criança com uma manta ou com o próprio casaco.

2- optar por vestir várias camadas de roupa fina, de forma a que o casaco exterior não seja demasiado grosso e possa ser tirado no carro sem que a criança arrefeça.


Por isso nestes dias mais frios estejam atentos e não coloquem o vosso filho em risco.

Boas viagens!!


terça-feira, 22 de novembro de 2016

É Natal!! É Natal!!

Como temos as melhores seguidoras do mundo (e seguidores também, eu sei que andam por aí!!) decidimos comemorar os 3000 likes no Facebook da melhor maneira possível - com um MEGA passatempo! 


Ora vejam bem o que podem ganhar:


1 - Uma ardósia da Pó de Giz:

Seja para celebrar um aniversário ou outra data especial, estas ardósias são 100% personalizáveis e a peça de decoração que falta em qualquer festa!



2- Um álbum "O Meu Primeiro Ano" da Made By Mum

Para não perderem pitada do primeiro ano do bebé, este álbum delicioso permite registar todos os momentos importantes. Um amor.






3 - Um coelho de crochet da Lua de Algodão


Quem consegue ficar indiferente a estes bonecos tão queridos? O vencedor poderá escolher entre estes dois coelhos, o mais difícil vai ser mesmo ficar só com um!





4 - Um conjunto Mãe/Filho ou Mãe/Filha da OláOlá Camila

Quem nos segue já deve saber que sou fã dos conjuntos Mãe/filha. Como tal, tínhamos de ter um no passatempo! Vejam bem estes conjuntos tão queridos! Para Mãe e filho temos a fita para a Mãe e um lenço para o filho, no conjunto Mãe e filha, temos turbantes a combinar!

Conjunto Mãe/Filho

Cores disponíveis para o conjunto Mãe/Filha


4 - Um exemplar do livro "Comer bem, crescer saudável"

Escrito por Joana Appleton Figueira, pediatra de renome, e Joana Moura, chef e autora vencedora de prémios, "Comer Bem, Crescer Saudável" é um livro que pretende ajudar os pais que procuram uma nova forma de alimentar e promover a saúde dos seus filhos. Para fazer as delícias de toda a família, este livro inclui informação sobre a necessidade nutricional das crianças, a origem dos alimentos, receitas para bebés e crianças e, até, ideias para uma festa de anos muito saudável.


E não podia faltar algo para os pais e irmãos mais velhos! Cada vez mais há estudos a confirmar a importância da música no desenvolvimento infantil e no bem-estar dos adultos, assim sendo, a Interartes vai oferecer duas aulas de instrumento à escolha, uma para uma criança a partir dos 6 anos e outra para um dos pais. Música em família, há lá coisa melhor que isto?

 



E agora, como podem ganhar estes prémios?
Muito fácil, basta:


  1 - Colocar like em todas as páginas envolvidas no concurso:




2 - Comentar o post identificando 3 amigas (é permitida apenas UMA participação por pessoa)


3 - Partilhar o post de forma pública na vossa página pessoal



O sorteio estará online até ao dia 04/12, sendo aceites participações até às 23h59 desse dia.
O vencedor será sorteado via random.org e divulgado na nossa página.


Boa sorte!!!

terça-feira, 15 de novembro de 2016

O @&€#% da cama de grades

A Madalena dormiu no nosso quarto até ao ano de idade (embora o meu marido a uma determinada altura dissesse que pelo andar da coisa ela só ia de lá sair aos 18 anos, quando fosse para a faculdade).
Com um ano e pouco passámo-la para o quarto dela, onde temos uma cama de grades. A transição foi difícil, mas a coisa lá se passou. Tive de reforçar a protecção das grades, porque mesmo com a que tinha, com o que ela se mexia durante a noite acabava a enfiar as pernas entre as grades e a dar cabeçadas na estrutura da cama. 
Quando eu pensava que tinha os problemas da cama controlados eis que surge o que mais me enlouquece neste instrumento de tortura: quando a Madalena pede festinhas ou quer sentir a minha mão em cima dela enquanto adormece. 
Porque é que me enlouquece? Porque, neste processo, a cama oferece-me duas maravilhosas posições:

1- A Quebra Rins:

Esta é sempre a primeira posição, aquela que adopto na esperança (vã) que ela adormeça depressa. Basicamente consiste em ficar de pé ao lado da cama e dobrar-me até lá chegar. Garantidamente cerca de 2 minutos depois de a adoptar já sinto as costas em chamas e tento arranjar um ponto de fixação para aliviar as costas, acabando sempre em dor, mas noutra zona.

2 - A Gangrena

Esta posição, vista de fora, parece mais fácil. Aproveito o banco que tenho ao lado da cama (onde lhe dou de mamar), sento-me e ponho só o braço dentro da cama. Qual o problema? O facto de a cama me cortar a circulação no braço e, ao fim de muito pouco tempo, a mão passar a ser um pedaço de carne inerte sem sensibilidade. 

Sou só eu a passar por este flagelo?...
Felizmente neste Natal vamos mudar a cama! 
Novidades em breve :)



quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Hora de dormir

Quem vai lendo os nossos posts já sabe que a Madalena não dorme lá muito bem. É dela. Já esteve melhor, já esteve pior, mas faz parte do seu encanto.
Ultimamente ela tem demorado mais tempo que o normal a adormecer. Fica no colo, vai para a cama, volta para o colo, volta para a cama e anda nestas voltas até acabar por adormecer.
Hoje adormeceu ao colo, estando eu a meio passo da cama. Lá dei o meio passo que faltava, ainda com ela ao colo, quando piso este boneco do demo:



À primeira vista parece querido não é? E é, foi por isso que o comprei. Agora tem um pequeníssimo problema: faz um barulho terrível quando o apertamos e, como se isto não fosse mau o suficiente, quando largamos o ruído duplica, num som horripilante que se mantém até o boneco voltar a encher de ar.

Nem acreditei. Fiquei imóvel com a Madalena ao colo enquanto o meu pé apertava o boneco e ali o deixei ficar, já que sabia que quando o levantasse chorava ela e chorava eu depois.
Ela não acordou. Consegui pô-la na cama ainda a pisar o boneco, esperei um minuto para me certificar que ela dormia mesmo e lá fui tentar pensar numa maneira de impedir o bicho do demo de voltar a guinchar. Levanto o pé oposto e tento colocá-lo mais longe da cama dela, para não fazer a manobra ali mesmo ao lado e neste movimento bato com o pé num banco e caio de rabo no chão. Na queda sinto o pé do boneco a levantar e atiro as mãos nessa direcção, conseguindo apertar o boneco o suficiente para fazer apenas um pequeno ruído e impedir a entrada de ar.
Respirei fundo, esperei mais um minuto no chão a apertar o raio do boneco com as duas mãos. Ela continuava a dormir.
Consegui sair do quarto, descer as escadas, chegar à sala, pôr uma almofada por cima do bicho com um pé e abafá-lo o suficiente para o som não chegar ao quarto dela.

Agora estou aqui a rir-me que nem uma perdida e a pensar: isto filmado tinha sido tão bom...

sábado, 5 de novembro de 2016

Amigos sem filhos

Quando um bebé nasce as coisas mudam e podemo-nos afastar dos nossos amigos sem filhos. Nós estamos em "modo mãe" e acabamos por não ter disponibilidade para alimentar decentemente essas amizades, mas com o tempo  tudo muda, e ainda bem.
Os amigos sem filhos são essenciais para a manutenção da nossa sanidade mental e fazem-nos tão bem...

Há tantas vantagens em tê-los na nossa vida, aqui ficam 5:


1- Fazem-nos falar de outras coisas que não de cocós e assuntos maternos demais

Não tentem dizer que não. As conversas depois dos filhos acabam por passar sempre pelo conteúdo da fralda, especialmente quando temos outras mães ao barulho. 
As nossas amigas sem filhos falam-nos da vida para lá dos filhos, e que bem que isso nos faz.

2- Apresentam-nos as novidades 

Aquele bar girissimo que abriu em Lisboa ou o novo restaurante que vamos dizer que temos de experimentar mas, 6 meses depois, ainda não conseguimos lá ir.

3- São honestas 

Dizem o que pensam e gostam que façamos o mesmo. O facto de termos um filho pequeno não as coíbe de nos dizerem aquilo que tantas vezes precisamos de ouvir. 

4- Adoram os nossos filhos 

Vibram nas festas de aniversário e fazem uma festa gigante quando estão com eles. Fartam-se de comprar miminhos porque viram alguma coisa e lembraram-se deles.

5-  Mas ao mesmo tempo querem saber genuinamente de nós 

Ja sabemos que na família passamos para terceiro plano, com as amigas com filhos acabamos sempre por falar neles, com as amigas sem filhos é diferente.
Depois de saberem dos nossos filhos querem saber mesmo o que se passa connosco. Querem-nos levar a sair e a passear. Perguntam como corre a vida. Querem mesmo saber como estamos e isto é tão bom..


Um muito obrigada às minhas queridas amigas sem filhos, que gostam tanto da Madalena mas, acima de tudo, me fazem tão bem. 
Obrigada por tudo ❤️❤️




segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Tão boas que nem parecem saudáveis!

Nunca tinha dado pipocas à Madalena até há muito pouco tempo porque não me parecia uma escolha saudável.
Pipocas de compra nem pensar, as feitas em casa levavam óleo e não conhecia outra alternativa até ter visto uma nova receita há pouco tempo: pipocas em água!

Parece impossível mas não é. Quer dizer, as minhas três primeiras tentativas foram furadas até ter descoberto como é que isto funcionava.

Como acho que isto é uma coisa para partilhar aqui segue a nossa receita:

1- o milho: eu uso biológico porque o milho é dos alimentos onde existe maior prevalência de OGM. 


2- o material: uma taça de vidro, o milho, água e papel aderente




3- a receita: li em imensos sites receitas diferentes (e foi à custa de algumas que a coisa correu mal as tais três vezes) mas a que resultou para mim foi colocar o milho na taça e juntar a água suficiente para o humedecer, sem o milho ficar submerso.



4- tapar com papel aderente, fazendo um pequeno furo com uma faca


5- colocar no microondas na potência maxima. O tempo depende do aparelho. Eu costumo marcar 6.30 minutos e depois acrescentar se for preciso



6- esperar e ver as pipocas a saltar (a parte preferida da Madalena)


7- tirar do microondas e tentar por num recipiente giro sem que umas mãos pequeninas as roubem no processo 


8- ver as pipocas a fugir e uma miúda super contente 





Enjoy!! ❤️






sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Está na hora

A Madalena dorme no quarto dela desde pouco depois do ano de idade. Confesso que me custou horrores passá-la para lá, não só pelos kilómetros que passei a palmilhar à conta dos vários acordares nocturnos, mas principalmente por não a ter ali ao pé de mim. O meu marido já dizia que lá para os 18 anos eu ia ser capaz de a mudar de quarto.

Entretanto o tempo foi passando e ela foi-se acostumando cada vez mais ao quarto e cama novos (e eu também) e a coisa ficou mais calma. Até hoje. 
Ora ela está a dormir numa cama de grades. Tudo normal até aqui. Hoje de manhã quando subimos para a vestir ela decidiu brincar na piscina de bolas, com grandes mergulhos artísticos, e eu aproveitei para pendurar umas peças de roupa que estavam em cima da cómoda. 

Pego na primeira peça, uma saia de tule, coloco-a no cabide e comecei a estranhar o silêncio. Virei-me e vi a artista praticamente a entrar sozinha na cama de grades, já com um pé por cima da barra horizontal. Atirei tudo ao chão e fui tirá-la dali no momento, a tentar não rir ao olhar para o seu ar de extremo orgulho pela façanha.

Ora depois de ver isto percebi que a cama de grades não vai ser solução durante muito mais tempo, por isso nas próximas semanas vamos começar a busca por uma nova cama, esta já maior e colada ao chão. 

Neste fim de semana mostrarei quais as opções que tenho em mente, há umas tão giras!!!


Até lá é manter olho atento na câmara e ponderar um capacete...

Está na hora

A Madalena dorme no quarto dela desde pouco depois do ano de idade. Confesso que me custou horrores passá-la para lá, não só pelos kilómetros que passei a palmilhar à conta dos vários acordares nocturnos, mas principalmente por não a ter ali ao pé de mim. O meu marido já dizia que lá para os 18 anos eu ia ser capaz de a mudar de quarto.

Entretanto o tempo foi passando e ela foi-se acostumando cada vez mais ao quarto e cama novos (e eu também) e a coisa ficou mais calma. Até hoje. 
Ora ela está a dormir numa cama de grades. Tudo normal até aqui. Hoje de manhã quando subimos para a vestir ela decidiu brincar na piscina de bolas, com grandes mergulhos artísticos, e eu aproveitei para pendurar umas peças de roupa que estavam em cima da cómoda. 

Pego na primeira peça, uma saia de tule, coloco-a no cabide e comecei a estranhar o silêncio. Virei-me e vi a artista praticamente a entrar sozinha na cama de grades, já com um pé por cima da barra horizontal. Atirei tudo ao chão e fui tirá-la dali no momento, a tentar não rir ao olhar para o seu ar de extremo orgulho pela façanha.

Ora depois de ver isto percebi que a cama de grades não vai ser solução durante muito mais tempo, por isso nas próximas semanas vamos começar a busca por uma nova cama, esta já maior e colada ao chão. 

Neste fim de semana mostrarei quais as opções que tenho em mente, há umas tão giras!!!


Até lá é manter olho atento na câmara e ponderar um capacete...

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Ela tem mais juízo que eu

Desde que a Madalena nasceu faço questão de lhe explicar tudo o que faço e o que a rodeia, com isso ela agora percebe tudo o que lhe digo.

Quando vamos no carro tenho grandes diálogos com ela, seja sobre a música que ela quer que eu cante, com perguntas sobre o dia dela ou sobre o que vamos fazer.

Estou desde o início da semana para ir à drogaria perto de casa comprar pilhas para dois livros dela. A coisa está de tal maneira que ela, em casa, agarra nos livros, aponta para o sítio onde estão as pilhas e grita: "PIIIIIIIIIIII".

Hoje estávamos a caminho de casa e tivemos de passar no supermercado. Antes de lá chegarmos digo-lhe:

"Madalena, hoje quando sairmos do supermercado tens de dizer à mamã "pilhas!!!" para ver se é hoje que as vamos comprar. Pode ser?

Ela acenou com a cabeça e disse que sim. Eu continuei:

"A mamã está com confiança que hoje é o dia. Não passa de hoje"

Ela olha para mim com cara de gozo. Pergunto:

"Então filha, que cara é essa? É hoje que vamos comprar as pilhas não é??"

Resposta directa:

"Não"

E não é que acertou?... 
Ja tenho 3 alarmes para o fim do dia de amanhã não me esquecer...

sábado, 15 de outubro de 2016

Um ano e meio

Querida filha

Hoje fazes um ano e meio e não foi um bom dia.
Estás doente, cansada, irritada. Não queres comer e queixas-te de dores nos ouvidos e na barriga. Tentei alegrar-te fazendo um peixe maravilhoso que tanto gostas para o almoço mas não o quiseste comer. Comprei-te uns balões gigantes e mal brincaste com eles. Choraste muito e isso partiu-me o coração.
Não era isto que queria filha, queria que estivesses bem para poder dar-te o dia que mereces. Tu, que há ano e meio mudaste radicalmente a minha vida e me fizeste sentir uma felicidade e amor tão grandes que por vezes até fazem doer.
Eu sei que isto vai passar e tu vais ficar bem. Até lá a mamã vai continuar a fazer tudo para que te sintas melhor e dar-te todo o colo e beijinhos que queres, precisas e tanto mereces.
A mamã ama-te muito Madalena. Obrigada por me fazeres tão feliz ❤️

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Glossário da Madalena

O Às vezes dou por mim a ter alguma dificuldade em lembrar-me de pequenos pormenores do crescimento da Madalena. Penso num determinado episódio e já não consigo localizá-lo completamente no tempo, ou passam-me alguns detalhes.
Quando me lembro tento escrever, mas acaba por não haver tempo.
Com a Madalena quase a fazer um ano e meio comecei a compilar as palavras que ela já dizia e deixo-as aqui, para eternizar o momento.

Olá 
Adeus 
Mamã
Mãe 
A minha mãe
A minha mamã
Papá
Pai
Papa 
Pão
Pau
Pê - pêra 
Pan - panda 
Sentar
Toma 
Pêx - peixe 
Péu - chapéu
Botão - chucha/caneta/lápis 
Babá- mama 
Bola
Balão 
Bebé
Ão - cão
Iau - gato 
Piu - pássaro 
Pá - pato
Mê - meu 
Vôvô
Não 
Cocó
Xixi
Pipi 
Tata - batata 
Eta - esta
Pum 
Pêpê - Ping Pong, o nosso gato
Dá-me


Ainda hei de me lembrar de mais e acrescentar mas, para já, estas já não me esqueço.

Quase um ano e meio desta linda tagarela ❤️

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Esta miúda não existe #2

Ontem fomos a um casamento.
Levámos duas malas para a Madalena: o saco de passeio com muda de roupa, fraldas e toalhetes, arnidol, benuron, soro, compressas, chuchas, fralda de pano e mais uns extras e um saco com comida.
Estava eu no processo de escolher os artigos para o saco de passeio quando digo à Madalena:

"Filha, neste saco também vão os teus brinquedos. Escolhe um que gostes muito"

Ela ouviu com atenção e lá foi.
Passados nem 10 segundos volta com isto na mão:




Esta miúda não existe. E é também por isso que gosto tanto dela ❤️


sábado, 1 de outubro de 2016

Esta miúda não existe

Hora de jantar. A Madalena acaba de comer e pede para ir para o chão antes de lhe dar a fruta. Acedo e deixo-a comer a fruta fora da cadeira.
Come desenfreadamente as uvas e morangos que lhe tinha preparado, depois larga o prato e pega nos livros, o clássico a esta hora do dia.
Passados uns minutos larga os livros e vai a correr para o carro dela. Levanta o assento, decidida, e tira uma coisa lá de dentro que põe imediatamente na boca.
Peço-lhe logo para abrir a boca para ver o que lá estava e não quis acreditar...

O que era?
Um scone do pequeno almoço que a Madalena decidiu guardar para mais tarde.
Esta miúda não existe...

Civismo

De uma maneira geral acho que as mães com que me cruzo são bastante solidárias. Tenho o exemplo da praia, quando a Madalena se dedicava a roubar tudo o que os outros miúdos tinham e ninguém levava a mal. O mesmo se passava com as coisas da Madalena e sempre partilhei tudo, até para a Madalena perceber que partilhar é normal.

Talvez por sempre ter tido uma experiência boa no contacto com outras mães, hoje fiquei chocada com o que nos aconteceu no parque.
Como já disse várias vezes, a Madalena ADORA bolas. Consegue topá-las a kilómetros e, assim que as vê, desata a correr nessa direcção.

Ora hoje um miúdo de idade perto da Madalena estava com uma bola na mão, mas muito pouco interessado. Tão pouco que a atirou ao chão e virou costas. A Madalena, vendo a bola abandonada, desata a correr e apanha-a. Peço-lhe para devolver a bola e ela assim o faz. Sorrio para a mãe do miúdo e a Madalena voltou ao que estava a fazer antes.
Passado um bocado a mãe pega no miúdo ao colo e este atira a bola ao chão. A minha pequena predadora de bolas apercebeu-se imediatamente disto e começa a correr outra vez na direcção dela. A mãe do miúdo ia apanhá-la e, vendo a Madalena a aproximar-se, dá propositadamente um pontapé na bola para ela não a apanhar.

A Madalena olhou para mim com um ar incrédulo e aí fui eu apanhá-la. Peguei na bola, dei à Madalena e disse:

"Vá Madalena, dá a bola à senhora por favor."

Ela foi imediatamente na direcção dela e pôs-lhe a bola na mão.
Assim que o fez eu disse-lhe:

"Muito bem minha querida, a mamã gosta tanto que sejas assim tão querida e bem educada"

E viramos costas.

Ironia do destino, quando voltamos a passar por ela, estava desesperada a tentar limpar um cocó tóxico do filho. Vou pensar que foi karma ...

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Expectativas irreais

Todos os dias somos bombardeadas com imagens de mães perfeitas. Lindas, altas e esbeltas, frequentadoras assíduas do ginásio mas sempre bem arranjadas penteadas e maquilhadas com os seus filhos de revista. Todos muito bem arranjados, impecavelmente vestidos e penteados e com ar de quem não se mexe mais de 10 cms sem pedir licença. Casas bem decoradas, limpas e arrumadas, com peças de decoração de vidro e porcelana espalhadas por todo o lado e sofás brancos, quase a parecer que nunca foram utilizados.

Isto é tudo muito bonito, na fotografia, mas não é real. Há amas, empregadas e muita preparação por trás daqueles cenários.
Qual é o problema disto? A expectativa que as mães criam em torno delas por estarem tão longe deste retrato ideal. Estas expectativas, podem, em alguns casos, levar a que a mãe se sinta incompetente no seu papel. Ora como é que não parando 24 horas por dia não sabe o que é o ginásio nem última vez que foi ao cabeleireiro? 
Como é que, em vez de ter uma casa limpa, perfeita e imaculada, tem substâncias não identificadas agarradas à parede e uma cozinha que parece ter passado por uma guerra?
Como é que, ao fim de um ano da criança ter nascido, não está a usar calções reduzidos e o umbigo de fora e ainda se esconde atrás de roupas que tapam aquilo que nunca lá esteve e agora teima em não sair?

Basta! Basta desta pressão invisível mas tão forte colocada nas mães, que têm de ser mães, mulheres, trabalhadoras, amantes, amigas, donas de casa e, ao mesmo tempo, manter um físico invejável, cabelo e unhas no ponto e um ar fresco a mostrar que afinal não custa nada.

Custa, claro que custa. E não é pouco. 
Se o trocávamos por outra coisa qualquer? Não. Prefiro ter olheiras e o cabelo desarranjado mas ter tempo de qualidade com a minha filha. 
Prefiro ter brinquedos espalhados na sala do que mantê-la sentada sossegada a um canto, sem brincar, só para ficar tudo bonito.

A vida não é perfeita, porque é que a maternidade haveria de o ser?
Aceitem-se como são e pensem que, daqui a uns anos, os nossos filhos não se vão lembrar das nossas madeixas, unhas perfeitas ou corpos esbeltos, mas sim do tempo de qualidade que passámos com eles, e isso não há nada que pague. 


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Pelo direito a amamentar

Quem nos segue já sabe que tanto eu como a Anita somos defensoras da amamentação. Calma, não quer isto dizer que sejamos tiranas que criticam quem não o faz, antes pelo contrário.
Dar ou não de mamar é uma decisão muito pessoal que tem de ser respeitada.

Como dei de mamar só tenho a minha experiência como referência. Lembro-me de, no início, ter imensa vergonha de o fazer em público. Tinha um avental de amamentação que não era assim tão prático quanto isso, pois os primeiros meses de vida da Madalena apanharam a Primavera e o Verão, e assávamos as duas com aquilo.
Chegou a uma altura em que já não era para mim nem para ela, e aí deixei de o usar. Nunca tentei a técnica da fralda por cima porque a Madalena a iria atirar ao chão, por isso optei por escolher sempre roupas que permitissem fácil acesso e fazê-lo da forma mais natural possível. 
Verdade seja dita, até agora não me lembro de ter tido grandes problemas quando a amamento, acho também aue a naturalidade com que o faço acaba por  tornar o ritual tão discreto que as pessoas não reparam. Depois, honestamente, estou mais preocupada em olhar para a minha filha do que propriamente a ver se as pessoas ficam ou não chocadas.

Mas nem todas as mães têm a mesma experiência. Muitas levam com comentários depreciativos e jocosos pelo simples facto de estarem a alimentar um filho. Como é que isto é possível? 

Infelizmente a desinformação que existe em relação à amamentação não ajuda.
Eu cheguei a ouvir comentários de médicos da área em como era um absurdo amamentar uma criança para lá dos 3/4 meses, que o suplemento era mais que suficiente. Tendo em conta que a OMS recomenda a amamentação em exclusivo até aos 6 meses e depois até aos 2 anos, deixando que o desmame seja um processo natural, é quase criminoso que médicos desinformem mães que querem realmente amamentar.

Agora que a Madalena tem 1 ano e 5 meses continuo a ouvir os comentários do costume : "Ela ainda mama?? Vai mamar até quando?!"
Geralmente respondo sempre o mesmo:
"Acho que antes de ir para a faculdade ela para, caso contrário vou com ela, ainda aprendo alguma coisa" e rio.

Pessoas: amamentar não é um acto de exibicionismo. Ninguém o faz para mostrar a mama ao marido da outra numa tentativa de o aliciar. 
Amamentar é alimentar, é cuidar, é acarinhar e uma mãe que o faz fá-lo sempre com isto em mente. Quem vê mais do que isto é que está mal.