terça-feira, 20 de setembro de 2016

Expectativas irreais

Todos os dias somos bombardeadas com imagens de mães perfeitas. Lindas, altas e esbeltas, frequentadoras assíduas do ginásio mas sempre bem arranjadas penteadas e maquilhadas com os seus filhos de revista. Todos muito bem arranjados, impecavelmente vestidos e penteados e com ar de quem não se mexe mais de 10 cms sem pedir licença. Casas bem decoradas, limpas e arrumadas, com peças de decoração de vidro e porcelana espalhadas por todo o lado e sofás brancos, quase a parecer que nunca foram utilizados.

Isto é tudo muito bonito, na fotografia, mas não é real. Há amas, empregadas e muita preparação por trás daqueles cenários.
Qual é o problema disto? A expectativa que as mães criam em torno delas por estarem tão longe deste retrato ideal. Estas expectativas, podem, em alguns casos, levar a que a mãe se sinta incompetente no seu papel. Ora como é que não parando 24 horas por dia não sabe o que é o ginásio nem última vez que foi ao cabeleireiro? 
Como é que, em vez de ter uma casa limpa, perfeita e imaculada, tem substâncias não identificadas agarradas à parede e uma cozinha que parece ter passado por uma guerra?
Como é que, ao fim de um ano da criança ter nascido, não está a usar calções reduzidos e o umbigo de fora e ainda se esconde atrás de roupas que tapam aquilo que nunca lá esteve e agora teima em não sair?

Basta! Basta desta pressão invisível mas tão forte colocada nas mães, que têm de ser mães, mulheres, trabalhadoras, amantes, amigas, donas de casa e, ao mesmo tempo, manter um físico invejável, cabelo e unhas no ponto e um ar fresco a mostrar que afinal não custa nada.

Custa, claro que custa. E não é pouco. 
Se o trocávamos por outra coisa qualquer? Não. Prefiro ter olheiras e o cabelo desarranjado mas ter tempo de qualidade com a minha filha. 
Prefiro ter brinquedos espalhados na sala do que mantê-la sentada sossegada a um canto, sem brincar, só para ficar tudo bonito.

A vida não é perfeita, porque é que a maternidade haveria de o ser?
Aceitem-se como são e pensem que, daqui a uns anos, os nossos filhos não se vão lembrar das nossas madeixas, unhas perfeitas ou corpos esbeltos, mas sim do tempo de qualidade que passámos com eles, e isso não há nada que pague. 


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Pelo direito a amamentar

Quem nos segue já sabe que tanto eu como a Anita somos defensoras da amamentação. Calma, não quer isto dizer que sejamos tiranas que criticam quem não o faz, antes pelo contrário.
Dar ou não de mamar é uma decisão muito pessoal que tem de ser respeitada.

Como dei de mamar só tenho a minha experiência como referência. Lembro-me de, no início, ter imensa vergonha de o fazer em público. Tinha um avental de amamentação que não era assim tão prático quanto isso, pois os primeiros meses de vida da Madalena apanharam a Primavera e o Verão, e assávamos as duas com aquilo.
Chegou a uma altura em que já não era para mim nem para ela, e aí deixei de o usar. Nunca tentei a técnica da fralda por cima porque a Madalena a iria atirar ao chão, por isso optei por escolher sempre roupas que permitissem fácil acesso e fazê-lo da forma mais natural possível. 
Verdade seja dita, até agora não me lembro de ter tido grandes problemas quando a amamento, acho também aue a naturalidade com que o faço acaba por  tornar o ritual tão discreto que as pessoas não reparam. Depois, honestamente, estou mais preocupada em olhar para a minha filha do que propriamente a ver se as pessoas ficam ou não chocadas.

Mas nem todas as mães têm a mesma experiência. Muitas levam com comentários depreciativos e jocosos pelo simples facto de estarem a alimentar um filho. Como é que isto é possível? 

Infelizmente a desinformação que existe em relação à amamentação não ajuda.
Eu cheguei a ouvir comentários de médicos da área em como era um absurdo amamentar uma criança para lá dos 3/4 meses, que o suplemento era mais que suficiente. Tendo em conta que a OMS recomenda a amamentação em exclusivo até aos 6 meses e depois até aos 2 anos, deixando que o desmame seja um processo natural, é quase criminoso que médicos desinformem mães que querem realmente amamentar.

Agora que a Madalena tem 1 ano e 5 meses continuo a ouvir os comentários do costume : "Ela ainda mama?? Vai mamar até quando?!"
Geralmente respondo sempre o mesmo:
"Acho que antes de ir para a faculdade ela para, caso contrário vou com ela, ainda aprendo alguma coisa" e rio.

Pessoas: amamentar não é um acto de exibicionismo. Ninguém o faz para mostrar a mama ao marido da outra numa tentativa de o aliciar. 
Amamentar é alimentar, é cuidar, é acarinhar e uma mãe que o faz fá-lo sempre com isto em mente. Quem vê mais do que isto é que está mal.










quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Fardas

Ao contrário do Berçário, onde cada criança ia vestida como queria, na sala de 1 ano a farda passa a ser obrigatória. 
Confesso que a ideia da farda sempre me agradou. A uniformização da roupa parecia-me justa e, acima de tudo, prática. Não teria de pensar muito no que lhe vestir cada dia, e ia diminuir muito a variedade de roupa para lavar. 

Isto foi tudo muito bonito até ao dia em que vi a farda... Para os mais pequeninos e, nos dias de calor, a farda consiste num polo azul claro. Um polo feioso azul claro. O resto da roupa é livre. 
Quem me conhece sabe que a Madalena anda sempre impecavelmente vestida, confortável e linda. Felizmente quando encomendei o polo este estava esgotado, logo ainda estou à espera dele e consigo aproveitar os últimos dias de roupas bonitas. Mas sei que ele vai chegar. Numa última tentativa ainda perguntei se o bibe (que até é giro) era muito quente, mas para já ainda não dá para vestir. 
Isto é pirosice, eu sei. Ela vai ser tão feliz de polo e saia como é de vestido.

Mas não podiam ter feito uma coisinha mais bonita?...

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O meu coração derrete

A Madalena é a bebé mais fofa de todo o sempre. Sim, eu sei, estão a ler isto e vão dizer que é mentira porque o vosso bebé é que é, eu percebo-vos perfeitamente, mas mesmo se eu pudesse ter escolhido todas as características da Madalena antes de ela nascer nunca a faria assim tão perfeita.

Há cerca de dois meses começou a dizer "a minha mãe", quando me quer chamar ou quando estamos a conversar. A minha mãe. Bem soletrado, e com um sorriso enternecedor quando o diz. 
E eu? Eu derreto-me. Fico de lágrima no olho e penso que tenho realmente muita sorte. Mesmo muita muita sorte.

Já disse que tenho a bebé mais fofa do Mundo? ❤️

domingo, 4 de setembro de 2016

O problema das associações

A Madalena adora animais. Sejam cães, gatos, pássaros ou bichos rastejantes.
Em casa da avó paterna tem a sorte de ter três cães que adoram brincar com ela.
O mais velho é um Golden Retriever chamado Francisco, que, entre outras coisas, adora roubar tudo o que apanha no chão. 
Quando perguntamos à Madalena por algum dos cães ela responde a ladrar. 

Onde é que quero chegar com isto? 
Ao que aconteceu hoje ao almoço.
Estava a passear com a Madalena no restaurante quando um miúdo de 2 anos acompanhado pela avó se começa a meter com ela. A Madalena ria, ele ria, e nessa altura a avó pergunta-me o nome da minha filha. Lá lhe digo e retribuo a pergunta.
Qual era o nome do miúdo? Francisco.
Mal a avó acaba de dizer o nome do neto a Madalena começa imediatamente a ladrar, e repetiu-o cada vez que ela o chamava. 

E eu fingia que não ouvia... 🙄🙄