segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Olimpíadas da Mãe

Noutro dia pus-me a pensar que deveria haver umas olimpíadas da maternidade, com provas adaptadas à situação.

Seguem opções de algumas modalidades:

1) Banho acompanhado : contabilizar o tempo que a mãe consegue passar a tomar banho enquanto o bebé está na espreguiçadeira a ver. Perde-se pontos por cada "Está quase!!" ou "A mamã já vai!!" ou cantiga durante o processo.

2) Xixi Olímpico: avaliar a perícia da mãe que, com o bebé aos berros ao colo, tem de fazer xixi sem o pousar. O grau de dificuldade aumenta com a quantidade de peças de roupa a despir (e vestir) durante o processo e grau de irritação do bebé 

3) Acuidade mental: depois de uma quantas noites de 3/4 horas de sono, sujeitar a mãe a uma série de perguntas de cultura geral. Conta quantidade de respostas certas e tempo para as alcançar.

4) Braço Forte: prova que avalia a quantidade de coisas que a mãe consegue fazer só com um braço, enquanto pega na criança ao colo. Dividido em escalões de peso (da criança claro) e com grau de dificuldade proporcional à minúcia dos movimentos.

5) Técnicas de passeio: consiste em cronometrar o tempo que a mãe demora desde que decide que tem de sair de casa até o carro estar a sair da rua (para contabilizar as vezes que volta atrás porque se esqueceu de alguma coisa). É englobado também neste tempo o cocó explosivo que implica banho rápido e mudança total de roupa e alimentação do bebé.

6) Decoração involuntária: prova feita no final de todas estas provas que consta em pegar na roupa da mãe e contabilizar todo e qualquer fluido corporal (do bebé claro) adquirido durante o processo. A variedade conta mais que a quantidade.

domingo, 30 de agosto de 2015

Guia prático para a mãe insana

(Guião a ser utilizado como resposta mental para a abordagem feita por completos estranhos na rua)

"Ahhh, coooooitadinha!! Deve estar cheia de fome!!"
"Sim, verdade. Cheia mesmo. Basta olhar para a miserável condição física dela para perceber que o que mais passa é fome, mas obrigada pela preocupação"


"Está com soluços! Deve ter frio/calor/xixi na fralda/sono"
"Sim, porque o simples "engoliu ar" é demasiado mainstream, mas obrigada pela preocupação"


"No colo?? Depois admire-se que fica mimada"
"Sabe o que é? Já a tentei arrastar pelo pé, mas depois arranha a cara no asfalto e fica feia nas fotografias. Mas obrigada pela preocupação"


"Está a chorar! Ela é sempre assim?"
"Pois, nem sei que lhe diga. Quando engravidei pedi à médica para me garantir que esta não chorasse mas pelos vistos veio com defeito. Acho que ainda vou a tempo de a devolver. Mas obrigada pela preocupação"


"De chucha?? Espero que não a deixe usar muito tempo!"
"Verdade, mas já tenho um plano delineado com o meu marido. Não a deixamos entregar os papéis para de inscrição na faculdade enquanto não tirar a chucha, mas obrigada pela preocupação"


"Com tanta roupa?? Coitada! Vai assar!!"
"Tem razão, mas sabe o que é? Noutro dia vesti-lhe um fato de banho e vi que está com a coxa um bocado gorda, assim pode ser que transpirando perca um bocado de volume, mas obrigada pela preocupação"


"Tão pouca roupa?? Ela vai congelar!!"
"Pois, sabe o que foi? Gastámos todo o nosso dinheiro a seguir os conselhos que as pessoas que não nos conhecem de lado nenhum insistem em dar e ficámos sem fundos para a roupa, mas obrigada pela preocupação"

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A temível letra B

Não, não é bolçar nem baba (que por estes lados escorre em abundância).
É B de Berçário.
Eu já sabia que eventualmente teria de deixar a minha filha, que a licença ia passar a voar, mas acho que estive em negação.
Antes de engravidar nunca pensei ficar assim. Julgava que ia chegar ao final da licença a pedir para trabalhar, já que sempre trabalhei imenso e adoro aquilo que faço (quantas pessoas se podem dar ao luxo de dizer o mesmo?). Mas não.
Dou por mim a acordar todos os dias e a choramingar enquanto a faço a contagem regressiva dos dias que faltam. Olho para ela e choramingo. Quando faz birras eu choramingo. Quando ela ri, eu choramingo. 

Aproveitei a licença ao máximo. Fizemos imensas coisas e não houve um momento em que ela não fosse o foco total da minha atenção. 
Sei que ela vai ficar bem entregue, sei que a educadora e a auxiliar são uns amores e, ainda por cima, no início do ano são pouquíssimos bebés lá na sala. Sei tudo isso. Mas acabo sempre por pensar nas mesmas coisas:
Será que ela vai ter saudades minhas?
Será que a vão conseguir consolar quando chora?
Será que a vão fazer rir?
Será que a vão saber acalmar quando tem um pesadelo?
Será que lhe vão cantar as músicas que a fazem sorrir?
Será que vai haver colo, que ela tanto gosta?

Já ouvi N teorias. Amigas que já passaram por isto tentam consolar-me com os clássicos:

Vais ver que te vai fazer bem!
Vais ter tempo para ti.
Vais ter mais cabeça para ela ao final do dia.
Vais conseguir comer durante o dia sem a teres pendurada no braço.
Ela vai ficar bem.

Eu tento-me focar na última: "Ela vai ficar bem", porque se ela estiver bem eu também vou estar.

Até lá vou continuando a rotina diária de beijinhos intermináveis e colo intensivo, esperando que ela perceba que, mesmo sem conseguir estar com ela todo o dia, continua a ser o pedaço mais importante da minha vida.

Madalena, a mãe gosta muito muito muito de ti.


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A minha vida dava um filme #2

No hospital onde tanto eu como a minha filha somos seguidas existe um café no piso -2. Muitas vezes, depois das consultas ou para fazer tempo quando estas estão atrasadas, acabo por ir lá com ela para beber uma água ou comer qualquer coisa.
O café é pequeno e interior, e tem uma micro esplanada onde há sempre no mínimo uns 10 funcionários do mesmo hospital a fumar desalmadamente.

Numa das últimas vezes que lá fui, estava calmamente na fila à espera para pagar quando uma senhora me agarra no braço. Sim, agarra.
Olhei, porque poderia ser alguém conhecido mas não, nunca tinha visto a pessoa na vida.

Segue a transcrição do diálogo: 

"Oh menina, tem a bebé cá dentro?! Acha bem? Com ar condicionado?? Devia era levá-la para a esplanada para apanhar ar, que isto só lhe faz mal"

Resposta, cerca de 10 segundos depois para me passar a vontade de lhe atirar um tabuleiro à testa:

"Sabe o que é? É que aquelas 15 pessoas que estão lá fora a fumar naqueles 3 metros quadrados estão a fumar Marlboro e a miúda é esquisita, só gosta de Camel Light"


Será que a pessoa percebeu?

domingo, 23 de agosto de 2015

A minha vida dava um filme #1

A minha filha tem os olhos de cor diferente da dos pais. Muito diferente.

Isto já foi tema de galhofa por estes lados, como se pode calcular, e é uma pergunta recorrente de quem a vê pela primeira vez.

De uma maneira geral a pergunta é sempre a mesma "Ah que giro! Ela tem olhos de cor diferente dos vossos, vem de que lado?". Aí temos todo o gosto de explicar de onde vem a cor, porque até achamos engraçado.

Agora da última vez que fomos às vacinas a coisa correu de forma diferente.
O meu marido acompanhou-me mas só eu entrei com ela. A enfermeira olhou para a miúda, olhou rapidamente para os olhos dele e entrámos no gabinete.
Assim que a porta se fechou ela olhou novamente para os olhos da Madalena, olha para os meus e finalmente lá diz:
"Ah, os seus olhos são de cor diferente dos dela. E o seu marido também não tem olhos dessa cor..."

E eis que, de repente, baixa o tom de voz e pergunta, com cara de caso: "Então ela sai a quem?"

Resposta imediata: "Ao pai"


(Demorei cerca de 5 minutos a dizer que estava a brincar, até lá foi ver o ar horrorizado dela...)

Questão intrigante...

Porque raio, nas redes sociais (particularmente nos grupos de mães), tratam os bebés por "bebecas"?

É tudo. Adeus e obrigada.

Saí para comprar fraldas...

Estaciono estrategicamente o carro perto do elevador depois de andar 10min às voltas para arranjar lugar, porque os prioritários estão obviamente cheios.
Saio no primeiro piso, o piso da Zara para ver os saldos.

"Ah mas afinal o que era bom agora era um café e o café é no piso de cima". O elevador é na ponta oposta. Vou até ao elevador e estão mais 2 carrinhos à espera. Três elevadores. Promete ser rápido. Chega o primeiro elevador, mas afinal vai descer. Chega outro que vai subir mas está cheio (obviamente de tudo menos pessoas prioritárias). Ao terceiro elevador entra um dos carrinhos. Quatro, cinco elevadores e conseguimos finalmente entrar. Nós e o outro carrinho. Vou tomar café.

Lembro-me que a nova coleção da Zippy é amorosa mas fica no piso inferior. Procuro um elevador e tem 3 carrinhos à espera. Vou para outro elevador e a saga repete-se para descer de piso e as pessoas, não prioritárias, ainda fazem caras por tentar entrar à frente.

O bebé começa a chorar. É hora de mamar. Procuro a zona para dar de mamar junto ao posto de informações e só existe no terceiro piso. Novamente 3 voltas ao centro comercial até encontrar outro elevador.

Basicamente numa manhã consigo beber um café e ver 3 lojas.
Chego a casa exausta e até me esqueci de ir ao supermercado comprar as fraldas em falta levando com a incredulidade do marido recém saído do trabalho quando lhe envio uma sms a pedir para passar no supermercado e trazer o saco das fraldas e já agora alguns legumes para a sopa...

sábado, 22 de agosto de 2015

Que idade tem o teu bebé? Ahhh...342 meses? Tá bem


Sempre fui bastante distraída em relação a datas. Não, não estou a falar de aniversários ou datas queridas. Estou a falar de localização temporal.
Quando muda o ano demoro mais de 3 meses até atinar com o novo. Se tenho de escrever uma data ou, durante uma semana, me perguntarem que dia é (seja o dia da semana ou o número do dia) tenho de parar para pensar.

Quando engravidei tornei-me a fiscal das semanas. De início fez-me confusão a divisão do tempo em semanas, até porque as semanas não têm bem uma correlação directa com os meses, mas como as consultas eram de 4 em 4 e as minhas até eram contabilizadas à Segunda-feira a coisa fazia algum sentido. Para além disso não existe uma data certa para o dia em que a pessoa engravidou, mesmo os "one hit wonders" não sabem exactamente o dia da fecundação, por isso até me fez sentido as semanas.

Entretanto a Madalena nasceu. Passou a haver um dia, O dia.
Até fazer 6 semanas contei-as, porque supostamente essa data marca o final do puerpério e de uma série de restrições. A partir daí comecei a contar os meses. Simples certo?

Não. Até à data (4 meses e picos) apanho quem me fale da idade dos filhos em semanas:
"Ah que fofinho! Que idade tem?"
"21 semanas"
Hmmmm...OK. Tá bem.
Pode ser que quando chegue ao ano de idade a coisa mude,

Não, não muda.
A partir daí, a criança de um ano começa a acumular meses.

"Que gira! Que idade tem?"
"32 meses!"

"(Hmmmn. Ok. Cada ano tem 12, logo ainda não chegou aos 3 que será aos 36...) Ah! Tem quase 3 anos!"
"Sim, 32 meses"

Já falei com as adeptas desta prática. Já percebi que há etapas de desenvolvimento que batem com certos meses. Tudo bem. Já ouvi muitas dizerem-me que farei exactamente o mesmo (se acontecer virei aqui ao confessionário, juro) mas continuo sem perceber.

Mais que não seja, podiam facilitar a vida ao pessoal. Não há uma dessas em que não tenha de parar para fazer contas e a minha resposta invariavelmente é a mesma:

"17 meses? Ah! 1 ano e meio né?"
"38 meses? Possa que trabalheira, 3 anos e pouco certo?"
"47 meses? Ainda tem cabeça para contar meses? Corajosa! Oraaaaa...quase 4 anos!"

Sejam fofinhas mães dos meses, facilitem a vida a despassaradas como eu. A gerência agradece!

(Aproveito para mandar um mega beijinho a duas bebés muito muito queridas que nesta semana fazem 1 ano! Vá, a estas eu ainda tolero que digam 12 meses... Sofia e Constança, um beijinho muito muito grande!!)

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Ninguém me preparou para isto #1

Há uma coisa para a qual os nove meses de gestação não me prepararam. Há uma coisa para a qual nenhuma amiga em tempo algum me precaveu. Há uma coisa que nenhum obstetra me disse.

Perdem-se horas a descrever pormenorizadamente partos (quanto piores, melhor). Fala-se das noites mal dormidas e aconselha-se todas as grávidas a dormir enquanto é tempo. Fala-se da quantidade de fraldas sujas; da cor, consistência e cheiro dos presentinhos que os nossos bebés nos deixam diariamente. Do dinheiro gasto, da máfia das creches. Da quantidade de roupas e roupinhas que usamos só uma vez ou não chegamos a usar..

Ao longo da gravidez vamos formando mentalmente uma estratégia, imaginamos o tipo de mãe que vamos ser e ensaiamos as reacções a determinado tipo de situações.

Mas para isto? Para isto ninguém estava preparado.
Mas porque é que nunca ninguém me avisou da existência da fábrica de queijo de chulé que eles têm atrás das orelhas? Como assim o meu bebé fofinho e banhado a uriage tem um cemitério de queijo roquefort atrás das orelhas? Como assim limpando todos os dias aquilo volta sempre lembrando a passagem por uma exploração de suínos com problemas intestinais?

Queridas grávidas, futuras mães, pais e simpatizantes.. este texto é para vocês. Não estais sós. Têm em nós um ombro amigo, não se apoquentem.. A maternidade é isto e ao que parece aparentemente é normal.
E vocês? Para que outras coisas igualmente aterrorizares ninguém vos preparou?


Os bebés e os amigos

Quando um bebé nasce a dinâmica familiar muda. Um casal que antes se movimentava ao sabor da vontade passa a ter rotinas e horários a cumprir. As horas de maior calor no Verão são para ser vividas em modo de reclusão, assim como dias muito frios, com muito vento e/ou chuva.

Invariavelmente o tempo que temos para os amigos muda e isso não tem de ser uma coisa má.
Posso dizer que durante a minha gravidez me senti muito acarinhada pelas minhas amigas. Queriam saber como eu estava, como a Madalena estava, se me sentia bem, se queria passear, estava sempre acompanhada. Mas isto não se passou com todas.

Com isto consegui perceber que a gravidez e nascimento de um bebé são fases cruciais. Há amigos de sempre que pura e simplesmente desaparecem e outros que se calhar antes não eram tão próximos que acabam por ocupar o vazio deixado pelos primeiros. 

Tenho amigas que moram longe e, não podendo estar connosco tantas vezes quantas queriam, enviam mensagens, whatsapps, telefonam, querem ver fotografias e assim conseguem acompanhar o crescimento da nossa bebé.
Há outras que não dão sinais de vida.

Não consigo levar a mal. Só quem tem filhos sabe o quanto tudo muda e o quão importantes eles são para nós e, apesar de a nossa vida nunca mais voltar a ser a mesma, a dos outros continua como antigamente.

E assim acabamos por criar um círculo protector de pessoas que sabemos que se importam com ela e estarão lá quando faz falta (ou não), e isso é tão bom!

Muito obrigada a todos os meus amigos que estão neste grupo. Sinto-me muito feliz por vos ter na nossa vida ❤️






quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Efeitos secundários da gravidez

Apesar de este blog ainda estar em estado embrionário já há por aqui muita gente que não me conhece.
Eu sou aquela pessoa a quem acontecem situações tão surreais que parecem inventadas. 

Quando engravidei o meu primeiro receio foram as quedas...eu em média caía umas 2 a 3 vezes por mês. Porquê? Porque sim. Tenho a teoria de que sou mais suscetível à lei da gravidade que o comum dos mortais.
Estranhamente só cai duas vezes em toda a gravidez, as duas de rabo e sem importância. Bom! Será que na gravidez vou ter 9 meses de vida igual à dos comuns dos mortais?

Não.
Se enjoei? Pouquíssimo, nada que um nausefe não resolvesse.
Sono? Muito. Mas não é nada de extraordinário e já contava com ele.
Apetite? Pois, muito também. Mas no meu estado normal já assim sou.
Desejos? Nenhuns. Só que me deixassem sossegada.

Qual foi o único efeito secundário que tive e me incomodou?
Hipersiália, vulgo excesso de produção de saliva.
Ora então enquanto a comum da grávida se queixava que estava enjoada, cansada, com desejos, eu babava-me profusamente.
Quando falava estava constantemente a parar para engolir saliva e acordava com rios de baba à minha volta.
Tanta sensualidade...

É que ninguém merece!!

Mais alguém teve sintomas estranhos/diferentes durante a gravidez??

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Como fazer uma mãe perder o juízo em 10 simples passos:

1- mexer indiscriminadamente no bebé, sem pedir autorização, dando particular ênfase às mãos e cara. Pontos extra para portadores de mãos com sinais visíveis de lixo acumulado

2- perguntar se a criança não estará com fome. Se a mãe disser que não insistir e dizer que tem a certeza que sim.

3- falar da mãe como se ela não estivesse presente (exemplo: "já viste isto? Ela devia ter mais um casaco vestido, não percebo porque é que não o vestem...)

4- ver o bebé a dormir e, por ele assim não ser muito interactivo, fazer os possíveis para o acordar, sempre fingindo que não é intencional. Depois de o acordar, começar imediatamente a falar aos gritos e a estimulá-lo de forma a que seja inviável voltar a adormecê-lo em tempo útil.

5- perguntar a idade do bebé e se ele já faz X. Se a mãe disser que não insistir no assunto, dizendo que é impossível porque todos os bebés nessa idade já o fazem

6- aparecer para uma visita sem antes telefonar e, depois de carregar uma vez na campainha e 5 segundos depois ninguém ter aberto a porta, deixar o dedo um bom tempo para ter a certeza que a presença é notada

7- dizer à mãe: "Estás cansada? Pois, nota-se"

8- qualquer frase com a expressão "no meu tempo não era nada assim"

9- perguntar se a criança mama. Se a resposta for sim dizer imediatamente : "E o teu leite é bom? Tens a certeza que chega?". Se a resposta for não largar logo um: "Porquê? Não queres?"

10- estar no supermercado e ver a mãe chegar sozinha com a criança aos berros, com saco das fraldas ao ombro enquanto faz malabarismo entre um brinquedo para a acalmar e o mísero artigo que tem para pagar. Olhar para a cena com um ar enternecido, dar um qualquer palpite "pois, deve estar cheia de sono não é?" e retomar a vida como normal, virando-se para a frente e para o seu carro com 150 artigos, tudo isto numa caixa prioritária

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Boa tarde eu sou a Anita. Boa tarde Aniiiiiita!

Eu sou a Anita. Vivo num T2 com o pai da criança e uma gata azul.

Trabalhei a fazer festas de anos de crianças e fui apresentadora de televisão no canal Panda. Tive um blog, deixei de escrever nesse blog. Tive outro blog que está parado mas ao qual penso voltar todos os dias..
Fiz vídeos sob efeito de estup(idi)facientes. 
Formei-me em Medicina Veterinária, em Lisboa, estagiei em São Paulo, no Brasil. Hoje, formada e (felizmente) empregada, procuro outras coisas que me encham os dias. 

A 2 de Junho deste ano, ao fim de 10 horas de um parto induzido por risco de pré-eclampsia nascia com 2,980kg, de parto normal, a Matilde. Tive uma gravidez santa. Corri até às 20 semanas e participei com a Matilde no bucho em 5 provas (ainda que as últimas fossem caminhadas). Nunca enjoei nem sei o que é azia. Tive o parto que sempre quis.. Fiz agachamentos durante toda a indução e mesmo depois da epidural (adoro drogas) agarrada à mesa de parto. Não tive dores. Aprendi que o microlax é um bom amigo e passei uma semana a sentar-me de lado (viva a episiotomia).

Amamento em exclusivo mas fui criada a leite artificial e não sou menos saudável por isso.

Não sou boa a combinar roupas como a Diana. Sou mais pratica.. mais estilo calças às bolas com body às riscas, meias aos triângulos e um babete às flores. As "golinhas" que tenho foram oferecidas e o cor-de-rosa passou a fazer parte do armário depois ter de começar a responder 200x/dia à pergunta "é um menino?".

Sou criativa e optimista.
Gosto de fotografia e decoração. Gosto de diy. Gosto de cozinhar e de alimentação saudável.
Gosto de correr e de exercício físico. Voltei a actividade física mês e meio depois do parto e levo a Matilde no carrinho diariamente nas corridas enquanto sou fulminada com o olhar incrédulo dos transeuntes. Levo-a  no sling a concertos e bailaricos de verão e acredito que não há melhor sítio para ela estar que junto dos pais. Gosto do conceito de bebé portátil e levo-a a todo o lado.

Eu e a Diana somos muito diferentes nas escolhas mas iguais no essencial. Respeitamos as diferenças de cada um e levamos isto tudo com muito humor. Acreditamos em experiências e não em teorias. Esta página é e será sempre para ser lida em tom de humor e exagero. Não se levem demasiado a sério porque nós também não!




E quem são vocês? #1 Diana

Ora então vamos lá a apresentações.

Eu sou a Diana. Médica Veterinária de profissão e a pessoa com menos jeito para bebés até ao dia 15/04 deste ano.

Sou mãe da Madalena, uma miúda gira que dói que nasceu de cesariana já a parecer ter 1 para 2 meses.
"Ah e tal nasceu de cesariana porquê?? Não quiseste danificar nada lá em baixo?"
Nasceu de cesariana por necessidade médica. 
Desde que engravidei que sonhei com o dia do parto e não, não tive  pesadelos. Sempre tive uma visão muito calma daquilo que gostaria que acontecesse, mesmo na fase final quando todas as mulheres me gostavam de contar as histórias de terror dos seus partos ("fui cosida da frente até atrás e ainda hoje quando espirro largo uma gotinha!!" "Fiz cesariana e ia morrendo com uma infecção!!" "Tive parto normal e tiveram de ir buscar a criança ao meu estômago com fórceps" etc...).
Como em quase tudo na minha vida, os planos não podiam ter saído mais furados. No final do dia o que interessa é que correu tudo bem e tanto eu como ela estamos óptimas, felizes e saudáveis.

Tenho horror a tudo o que seja extremismo. Fico doente quando vejo mães a atacar outras pelos mais variados motivos (parto normal vs cesariana; amamentar vs suplementação...), especialmente numa altura de tanta fragilidade.
Amamento a minha filha em exclusivo mas consigo compreender quem não o faz. 

Sou preguiçosa, muito preguiçosa (para as coisas que não gosto de fazer). Gostava de ter um quarto da força de vontade da Anita para tirar o rabo gordo do sofá e ir correr ou fazer exercício, mas a nutella fala mais alto.

Tenho um armário com roupa e acessórios para a minha filha melhor que o meu. Uma das minhas coisas favoritas é escolher o look dela para o dia. É uma perdição.

Tenho mau feitio, muito mau feitio, que contrabalanço com um sentido de humor bastante apurado (a roçar o sádico).

Não tenho fotografias da cara da minha filha online. Respeito quem o faça mas acho que ela, quanto tiver idade e discernimento, logo irá decidir se quer estar numa rede social ou não.
Até lá cabe-me a tarefa de a proteger da malucagem que anda online.

Achei que era boa ideia criar um blog porque a minha vida dava um filme. Não uma comédia romântica de Domingo à tarde, isso queria eu, é mais na onda do "Feios Porcos e Maus" com uma sucessão de fenómenos absurdos que quase não parecem reais.

Espero que esta página seja uma fonte de diversão e também alguma informação e, acima de tudo, um sítio seguro, onde nenhuma mãe é mais que outra e há respeito pela opinião e escolhas alheias.




domingo, 16 de agosto de 2015

Oh Mãe!!

Eu consigo perceber que numa maternidade ou serviço de pediatria sejamos chamadas de mães. 
Vamos lá ver. Apesar de sabermos que somos espectaculares e o nosso bebé o mais lindo que aquele serviço alguma vez terá, passam muitas mães por lá e é uma forma de facilitar a comunicação. Não consigo levar a mal.

Agora estar com uma pessoa que conheço sentada à minha frente que me faz perguntas ou afirmações a fingir que é a minha filha e a tratar-me por mãe é que já não:

"Oh mãe, se calhar tenho fome!"
"Oh mãe, não estarei com muita/pouca roupa?"
"Oh mãe, acho que estou cheia de sono!!"

Primeiro: a minha filha tem 3 meses e ainda não fala. Ouvir um "Oh Mãe" ou um "Oh Maria Antónia" é a mesma coisa, porque acho sempre que não é para mim.

Segundo: eu tenho 32 anos. Ouvir adultos (na maioria mais velhos que eu) a chamar-me de mãe arrepia-me.

Terceiro : tenho um nome com 5 letras. É assim tão difícil de lembrar?...

Sabes que és mãe quando

A tua saliva é um líquido de limpeza tão eficaz quanto qualquer sabão/detergente

Sais de casa com rímel só num olho e só te apercebes quando voltas

Consegues dominar a arte de tomar banho a cantar "Andava na floresta, um cuco a cantar..."

Deixas de usar aquela mala muita gira da Furla de que tanto gostas e passas a atirar carteira, chaves de casa e telemóvel para o saco de passeio

Bates palmas e fazes uma grande festa quando vês cocó (do bebé, pois claro)

Em vez de cantares a última música do John Legend trauteias de cor as músicas dos 30 brinquedos que estão espalhados pela casa

Baba, ranho e xixi em cima não são motivos para tomar banho porque afinal "não está assim tão mau, podia ser pior"

Tentas pintar as unhas e acabas sempre com metade por pintar, e das que pintaste mais de metade estão estragadas porque alguma coisa aconteceu no entretanto

Já usas a técnica do dedo dentro da fralda para ver se há cocó porque é o mais rápido

Tens mais fitas para prender a chucha que pares de sapatos

Os saldos da Zippy sao mais apetecíveis que os da Aldo

À falta de compressas/toalhetes a manga ou extremidade da camisola também serve para limpar ranho


E vocês? O que é que fazem agora que são mães e que há algum tempo diriam : "Eu?? Nunca!! Alguma vez?"




sábado, 15 de agosto de 2015

Expressões e impressões

Desde que fui mãe que percebi que há uma série de expressões associadas aos bebés que me fazem confusão:


"Que bebé fantástica!! Os pais só podem estar babados!!"

Babados? Porquê babados? A maternidade estimula a produção de saliva em excesso? (A gravidez sim, mas já lá iremos noutra altura) Ou mede-se o grau de felicidade da pessoa pelo comprimento de fio de baba caído do canto da boca? Juro que não percebo.

"Ora então como está a menina?"

Nunca percebi nem gostei da expressão menino/menina. Bebé ok, nome da criança ainda melhor, agora menina?... Fico sempre a pensar nas diferentes conotações da palavra e nenhuma me agrada.

"Oh que coixinha quiducha e tão xira"

Baby talk. Eu sei que para cativar o bebé devemos enfatizar as palavras e exagerar expressão facial. Tudo bem. Agora falar com eles como se tivesse uma meia na boca já não consigo entender...

"Ai que bebé mais lindo, só apetece comer!!"

A sério? Apetece-te comer a minha bebé? É uma coisa que só acontece com bebés ou quando vês uma foto do Brad Pitt também lhe queres roer um bracinho?...





Primeiras férias a 3 - Roupa para que te quero

A vantagem de ter uma bebé na Primavera é poder chegar ao Verão e ela já ter uma idade que permite aproveitar um pouco o bom tempo.
Com essa ideia rumámos ao Alentejo 5 dias para tentar descansar um pouco.
Ideia maravilhosa. Até ao momento de fazer a mala.
O que levar? Fartei-me de ver blogs e páginas para ter uma noção do que seria MEEEESMO essencial, porque sempre ouvi falar do exagero de coisas que se levam e acabam por não fazer falta nenhuma.

Munida de uma lista conservadora lá fui para o quarto da miúda começar a separar a roupa.
Uns quantos vestidos (contabilizar sempre uns a mais para os rios de baba que anda a produzir e o ocasional cocó explosivo), uns tapa-fraldas e tshirts para ter alternativa. Boa.
Uns babygrows para dormir, claro. E se estiver calor à noite? É melhor juntar uns bodies de manga curta em alternativa. E se o body for de menos e o babygrow demais? Fácil. Junta-se umas quantas collants para vestir por baixo dos bodies e já temos uma opção para o meio.

Casacos. Óbvio. É interior, à noite vai estar frio. Pode ser muito frio ou só um bocadinho. Se calhar é melhor levar uns casacos de espessuras diferentes, pelo sim pelo não. Pronto, a roupa está tratada.

Ah, espera aí. Não levo cuecas para a miúda. Coitada, não vai andar de vestido e fralda de fora. Vou por umas quantas, não vá ela sujá-las.

Vamos à secção piscina. Ora levamos um fato de banho. Fácil.
Hmmmmm. E se ela o suja? E melhor levar outro. Bem, mal por mal levo 3, assim fica um em sos caso ela suje e 2 para vestir um seco quando ela sair da piscina e estiver molhada. Perfeito. Ah! A tanga amorosa que a minha mãe lhe comprou. É só mais uma tanga, também não ocupa assim tanto espaço.
Toalhas. Uma para a piscina e outra para o banho. Fácil.

Bem, como é que me podia esquecer do chapéu?? Ainda bem que me lembrei a tempo. Ora deixa cá por uns quantos, assim pode molhar à vontade que tenho sempre uns secos. Já agora junto umas toucas mais quentes para a noite, não vá estar frio e vento e sempre lhe protejo as orelhas.

Ok. Já deve estar tudo. Uma volta final pelo armário e cómoda para ter a certeza de que não me esqueço de nada.
Oh!! Então a miúda ia de férias e nem um fofo lhe levo! E ela tem aquele novo cor de salmão tão lindo. Deixa por uns quantos just in case.
Contabilidade final (feita no regresso, que à ida não deu):

8 vestidos
6 cuecas
4 tapa-fraldas
3 calções
1 calças 
6 tshirts 
5 casacos
6 babygrows
8 bodies de manga curta
6 collants
4 fatos de banho
5 chapéus
4 toucas
5 fofos
6 fitas para o cabelo

Vá lá que ainda não usa sapatos...