quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Músicas infantis portuguesas ou "como é que as ouvimos na infância sem sofrer danos permanentes"

Nos últimos tempos a Madalena tem sido bombardeada com música infantil tradicional portuguesa na escola. Pois quando chega a casa acaba por pedir para a ouvir. Eu deixo, até porque há músicas giras, mas numa análise mais profunda das letras percebi que foi uma sorte termos crescido todos sem algum tipo de desvio comportamental. Porquê? Ora atentem:

1- "Atirei o pau ao ga to to mas o ga to to não morreu eu eu"

Sacana do gato. Ora então atira-se-lhe um pau e o raio do bicho não morre? Vá, ao menos que tenha ficado estropiado para a vida...

2- "Vou pedir ao senhor barqueiro que nos deixe passar, tenho filhos pequeninos não os posso sustentar"

É bom. Assim eles valorizam a sorte que é terem pais que os sustentem e não os abandonem à primeira dificuldade.

3- "Mas o vento a soprar, leva o balão pelo ar, fica então, o João, a choramingar"

Importantíssimo. Perceber logo da mais tenra idade que, no fundo, tudo acaba mal. Uma lição valiosa para a vida.

4- "7 e 7 São 14, com mais 7 21, tenho 7 namorados e não gosto de nenhum"

Bom. Pode ser que assim não sofra grandes desgostos amorosos. Também com 7 namorados quem tem cabeça para isso?

5- "Olha a bola Manel, olha a bola Manel, foi-se embora, fugiu. Olha a bola Manel, olha a bola Manel, nunca mais ninguém a viu"

Se depois do balão ainda poderiam pensar que as coisas melhorassem vem o Manel lembrar-nos que não. O "nunca mais ninguém a viu" assassina a última réstia de esperança.

6- Alecrim, alecrim aos molhos por causa de ti choram os meus olhos"

Eu desta gosto. Tenho alergias péssimas e assim sinto que não estou só. No meu caso não será ao alecrim mas mais o pó e pólen. 

7- "Ó i ó ai, só a mim ninguém me leva,
Ó i ó ai, para o pé do meu amor." 
Outra para os preparar de antemão para desgostos amorosos. 


No meio disto tudo acho que até nos saímos bastante bem. Esperemos que eles também se aguentem 😏

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O que gostava que me tivessem dito

1 - É normal não amar o nosso filho no primeiro momento que o vemos

Sempre ouvimos as histórias do amor imediato que uma Mãe tem de sentir assim que vê o filho recém nascido, mas muitas vezes isso não acontece e é normal. Não se preocupem. Esse amor vai aparecer sem darem por ele, e que amor...

2 - Vais sentir-te perdida

Especialmente nos primeiros dias em casa. Ter nas nossas mãos a responsabilidade de assegurar a sobrevivência do nosso filho é assoberbante. Falem com amigas que já tiveram filhos. Peçam ajuda. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de vontade de querer fazer mais e melhor.

3 - Não faz mal dizer que não às visitas

Seja no Hospital ou em casa. Nos hospitais particulares o horário alargado de visita e pouco (ou nenhum) controlo na quantidade de pessoas no quarto favorece as visitas eternas, não permitindo que os pais tenham tempo a sós para se ajustarem a esta nova realidade. O mesmo se passa em casa, com a romaria de pessoas nos primeiros tempos que, involuntariamente, acabam por fazer sala. Esta é uma altura delicada. A Mãe está cansada, as hormonas estão ao rubro, o bebé é muito pequeno. Digam não. Ponham os pais a pedir às pessoas que façam visitas curtas, se assim o quiserem. Ninguém vai levar a mal.

4 - O pós parto pode ser doloroso

Especialmente para as Mães com episiotomias ou que fizeram cesarianas. Vai custar pegar no bebé, vai custar dar banho, um espirro é coisa para nos deixar em lágrimas. Mas vai passar. A capacidade de recuperação de uma Mãe é incrível, porque a vontade de tomar conta do filho faz com que as dores desapareçam em tempo recorde.

5 - Vais-te sentir sozinha

Ter um bebé pequeno é uma tarefa muito recompensadora mas ao mesmo tempo extraordinariamente solitária. Passa-se o dia a falar com um pequeno ser sem a capacidade de nos responder ou a cumprir tarefas: dar de mamar, por a arrotar, mudar a fralda, arrumar roupa. Procurem companhia. Nos centros de saúde existem cursos pós parto que não só permitem fazer algum exercício para (tentar) recuperar a figura mas, mais importante que isso, permitem falar com outras Mães que estão a passar pelo mesmo e isso ajuda muito. Se estiverem fartas de falar de bebés telefonem a amigas sem filhos e inteirem-se das últimas novidades. Façam o que vos parecer mais indicado mas não se isolem.

6 - O bebé não é de vidro

Um recém nascido é frágil, sim. É mais vulnerável que uma criança mais velha, sim, mas não é de vidro. Eles são muito mais resistentes que aquilo que podemos pensar por isso não os coloquem numa redoma. Se o tempo o permitir saiam de casa, vão ver o mar, vão ao parque. Vai fazer bem aos dois.

7 - Algumas pessoas não têm a noção do que implica visitar um recém nascido

Vai haver quem apareça carregado de perfume, os que acabaram de apagar um cigarro e cheiram a cinzeiro, aqueles que chegam a uma hora em que o bebé está a dormir e farão todos os esforços para o acordar (mesmo quando vocês disserem que demoraram uma hora a adormecê-lo), os que aparecem sem avisar e ainda esperam que lhes ofereçam uma refeição.
Aí os pais têm de pôr as mãos à obra. Peçam-lhes que ponham ordem nas situações sempre que sintam desconforto. O tio veio da rua e acha uma estupidez lavar as mãos antes de tocar no bebé que tem 1 semana de vida? Tudo bem. Não lava as mãos não toca no bebé. Não se sintam mal. Estão a garantir a integridade física do vosso filho.

8 - Vais comprar muita tralha que nunca vão usar

Faz parte. Aquele acessório que parece imprescindível e que tem de ser comprado muitas vezes vai acabar por ficar na embalagem, fechado.
Lembro-me de ter uma lista de coisas essenciais para os primeiros tempos e de ter comprado TUDO, organizado em caixinhas e colocado no carrinho das fraldas. Há poucas semanas ainda fui lá encontrar coisas por abrir (a Madalena está com 1 ano e 8 meses...).
É normal. Faz parte. Todos os fazemos.

9 - Vais-te esquecer de ti

A maternidade atira-nos para o último lugar na lista das prioridades. Na possibilidade de aproveitar uma sesta do bebé para pormos também o nosso sono em dia ou arrumar a roupa do bebé e repor os artigos no cesto das fraldas, vamos optar pelo segundo. Sem sequer pensar duas vezes. Quando o bebé acordar arrependemo-nos durante alguns segundos, mas na sesta seguinte acabamos por fazer o mesmo. Faz parte da condição de Mãe colocarmo-nos em último lugar. À medida que eles crescem temos de tentar fazer um esforço consciente para não o fazer sempre, mas muitas vezes vai ser um esforço inútil.

10 - O bebé vai chorar e não vais saber porquê

O instinto maternal existe, é real, mas demora tempo a apurar. Vai haver situações em que o bebé chora e não vão perceber porquê. Será frio? Será fome? Fralda suja? Cólicas? Até o próprio bebé pode não saber porque está a chorar. Vão eliminando possibilidades. Eventualmente vai parar. Não se preocupem, acontece a todos e melhora com o tempo.


11 - Vais sentir um amor sem igual

Tudo aquilo que dizem nos livros, filmes, séries é verdade, por mais cliché que pareça. É realmente o melhor da vida. Ter um filho é ter o nosso coração materializado numa pessoa. Vamos chorar com cada dor, rir com cada sorriso e orgulharmo-nos de todas as conquistas, por mais pequenas que elas sejam. E tudo vai valer a pena.








terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Música infernal

Ainda estou para tentar perceber de quem é a culpa.
A culpa óbvia é de quem criou este monstro, mas o autoplay do youtube também não se portou bem.
O que se passou? Passo a explicar.

Todas as manhãs ponho música a tocar na sala. Ultimamente ela começa a escolher o que quer ouvir e, influenciada pelo que ouve na escola, pede músicas do Avô Cantigas e clássicos como O balão do João e Naquela Linda Manhã.
Nisso o autoplay do Youtube ajuda.Vão passando músicas sempre dentro do mesmo género e nós andamos nas actividades matinais sem ter de pensar na música que virá a seguir.

Até aparecer isto:



Se ainda não conhecem não ponham isto a tocar perto das crianças.
Este horror tem uma capacidade inacreditável de hipnotizar crianças e assombrar os pais. Eu dou por mim a meio do dia a entoar o refrão. Imaginem.

Já nem falo no conteúdo da música (a sério, ouçam bem a letra, é um absurdo), só o ritmo "carrinhos de choque de Freixo de Espada à Cinta" é o suficiente para deixar qualquer um maluco.

Esta música apareceu por acaso há menos de uma semana e agora não há uma manhã que não seja passada ao som de "chucha chucha chucha...".E raro é o dia de trabalho que não canto estas palavras pelo menos umas 10 vezes, para a seguir pensar que estou a enlouquecer.

Por isso, autores desta música e autoplay. Não gosto muito de vocês.
É isto.
Mães que sofrem do mesmo mal, estou convosco. Ninguém merece...

Diálogo matinal

Fui com a Madalena à casa de banho para ir buscar uma escova de cabelo.
Virei a cara 2 segundos e, quando voltei a olhar para ela, tinha aberto uma caixa de 300 cotonetes deitando-os todo ao chão.
Segue o diálogo:

D- Madalena, quem atirou o cotonetes todos para o chão?
(Ela aponta para ela)
D- E agora, quem o vai apanhar?
M- A mamã
D- Não querida, a mamã vai-te ajudar mas apanhamos as duas sim?
M- Sim

Depois de ela ter apanhado e colocado na caixa UM cotonete deita-se no chão e finge estar a dormir.

D- Madalena, faltam 299 cotonetes. Estás a dormir?
M- Sim 
D- E diz lá à mamã, consegues dormir e apanhar cotonetes?
M- Sim
D- Então bora lá

A ensinar o multitasking desde sempre!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Tradições Natalícias...

... uma das recordações que tenho de criança era de, algures perto do Natal, o meu pai nos levar de carro por Lisboa para ver as luzes de Natal!

Hoje não posso mais estar fisicamente com ele mas posso tê-lo sempre comigo quando repito esta tradição... fomos mostrar à Matilde as luzes da Baixa e do Chiado e juro que o brilho que vi nos olhos dela, era também um sorriso do meu pai.






Feliz Natal!
Anita


quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Temos vencedora!!!!

Ho! Ho! Ho! O natal chegou mais cedo aqui ao blog.... Temos vencedora deste passatempo!




Parabéns! Envie-nos, por favor, um email para 007licencaparabolcar@gmail.com para combinarmos tudo!


As restantes, não se preocupem, mais novidades em breve!

domingo, 4 de dezembro de 2016

O Pai Natal

O Pai Natal é uma personagem pouco consensual. Um velhinho querido que leva presentes para um, um monstro verde de sete cabeças para outros. Ou se adora ou se odeia.

No ano passado a Madalena tolerou. Tirou as fotografias da praxe, sempre com ar desconfiado, mas a coisa até correu bem.
Este ano, assim que apareceu o primeiro Pai Natal de shopping fui com ela para ver a reacção. 

Calhou o Pai Natal ter-se atrasado nesse dia e termos ficado uns 15 minutos na fila à espera dele. Lá expliquei à Madalena que estávamos à espera do Pai Natal é ensinei-a a chamá-lo. Ela estava radiante: "Pái Natáááá!!!" gritava entre risos. Até que o dito aparece. 
De início não percebeu bem o que era, nem eu percebi o que viria dali.
Fomos logo as segundas. Avancei com ela ao colo e começo a senti-la a agarrar-se de braços e pernas ao meu corpo, cravando as unhas nos meus braços. 
Pensei: "Ok, está a estranhar, é normal".
Assim que chegámos a 2 metros dele  o caos instalou-se. Começa a berrar e a esconder a cara, enquanto gritava "NÃO!! NÃO!! NÃO!!".

Não insisti. Sai dali com ela, a tentar explicar que o Pai Natal era fofinho e que lhe ia trazer presentes. Está bem. Só acalmou quando o deixou de ver.

Ainda consegui que tirassem uma foto da tentativa de aproximação, foto essa que ficará guardada com todo o amor e carinho para a envergonhar quando fizer 18 anos ...