sexta-feira, 29 de julho de 2016

A vida pode ser tão injusta

A vida é frágil. Demasiado frágil. 
Andamos sempre enfiados nas nossas rotinas e problemas e esquecemo-nos disto. Aquilo que é certo num momento de repente deixa de ser, sem dar sinal de aviso nem explicar porquê.

Ontem partiu um grande homem. Um colega com C grande. Trabalhador, amigo do seu amigo, extraordinariamente educado, divertido, muito querido, marido e pai dedicado. Estava cá e de repente deixou de estar.

Nestes momentos, invariavelmente, pensamos no quão injusta e imprevisível a vida é, e de como não podemos dar nada como garantido.
Queremos os nossos mais perto e não ligamos tanto ao que nos chateia, damos abraços mais apertados e sentidos e valorizamos mais o tempo de qualidade.

Este sentimento eventualmente passa, a rotina volta ao normal, mas a saudade fica.
Muita saudade.

Meu querido Rafael, vais fazer tanta falta. Estarás sempre no meu coração. 

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Aprendi com as minhas amigas

Por mais livros que se leiam ou mais sites que se visitem, não há sabedoria como a das amigas que também têm filhos.
Como fazemos as coisas de maneiras diferentes, acabam por me mostrar coisas diferentes que ou não conhecia ou nunca me tinha lembrado.
Hoje partilho convosco duas das melhores dicas que recebi nos últimos tempos:

1- Arnidol


O Arnidol é um stick mágico. Mesmo. À base de Arnica e Harpagófito é um produto natural mas que funciona de uma forma incrível em feridas superficiais e galos. Tenho três destes sticks. Um em casa, outro no carro e outro na mala, e desde que o tenho que a Madalena não ficou com o joelho esfolado mais que um dia e galos, nem vê-los. Assim que cai ou bate com a cabeça em algum lado lá salta o stick e tem sido realmente milagroso. 

2- Spray de Água termal da Avène


O meu novo aliado nos dias quentes. Para já a água termal é optima para a pele (acalma qualquer irritação ligeira que possa existir) e refresca imenso. O vaporizador liberta uma nuvem de água que, por ser tão suave, não assusta a Madalena e a arrefece imediatamente quando está com calor. Ela adora. Assim que espreita para a mala e vê a embalagem agarra-a e pede-me para a borrifar.


Se calhar já estão fartas de saber isto e não vos trouxe nada de novo, mas para aquelas que, como eu, não utilizavam nenhum destes produtos, espero que estas dicas ajudem!!

domingo, 24 de julho de 2016

As Mães da praia

Mãe profissional

Muito fácil de topar. Chega à praia às 8 da manhã munida de tanto arsenal que, quem não perceber, julga que se vai mudar para lá.
Tem o chapéu de sol com protecção UV e traz a criança besuntada de creme da cabeça aos pés. Essa mesma criança vem tapada da cabeça aos pés com roupa também com protecção UV.
Ainda a criança não tocou com os pés no chão e já leva com mais uma dose de creme, que está quase a ver-se a pele. De hora a hora ou, depois de cada ida à água, leva um reforço.
Os lanches são todos biológicos, trazidos em recipientes sem BPA e armazenados de uma forma profissional numa lancheira que não permite a oscilação de mais de 2 graus de temperatura.
Às 9.30 já está a arrumar novamente o arsenal e a sair da praia.

Mãe dondoca

Duas coisas são certas: tem sempre mais que um filho e nunca vai sozinha com os mesmos para a praia. Nem sabe bem o que é que leva no saco, mas espera que a empregada tenha posto tudo aquilo que faz falta.
Os filhos têm nomes compostos, como Caetana Benedita ou Salvador Santiago, e andam sempre de crucifixo ao peito.
Não grita, e mantém-se longe de tudo o que possa dar cabo do look. É comum ouvi-las dizer, horrorizadas: "Salvadoooooor!! Não toque na mãe que está gelado e cheio de areeeeeiaaaaa!!!"


Mãe descontraída 

É aquela mãe cool que tem tudo sob controlo. Leva o mínimo para a praia porque sabe que haverá por lá muita mãe profissional com material para dispensar. 
Não tem grande trabalho com a comida porque o filho come o que ela comer.
Dá espaço ao filho, e mesmo quando este cai de cara ao chão e apanha com uma onda em cima, fica calmamente a olhar para ele, porque "ele sabe-se orientar".


Mãe pedagoga

É uma variação da mãe profissional. Tem todos os cuidados da anterior mas junta-lhes a necessidade de transformar tudo o que o filho faça, veja ou ouça numa lição. Faz questão de soletrar bem o que diz e enfatizar as palavras que julga ser mais importantes.
"Estás a usar o ancinho? Ele serve para A-LI-SAR a areia. A pá serve para FAZER BU-RA-COS ou A-PA-NHAR areia."


Mãe desesperada

É aquela que ainda não se chegou à areia e já se sabe que lá está, porque tem como forma de comunicação o berro e, como forma de correção de comportamento, o bofardão.
Escolhe um ponto estratégico da areia e, a partir daí, controla os filhos (sim, é sempre no plural) ao grito.
"ZÉ MANEL!!!! ANDA CÁ PARA APANHARES!!! QUEM TE MANDA ENCHER A BOCA DO TEU IRMÃO DE AREIA!!?!"
Os miúdos geralmente apanham a caminho da toalha, onde vão enfardar umas batatas fritas de pacote e, se tiverem sorte, os restos do frango assado do dia anterior.
Não tem protector solar no saco de praia e, se os filhos aparecem escaldados ao final do dia, diz-lhes que é bem feita para não serem parvos.


Mãe que desistiu

É a mãe que está cinco passos à frente da desesperada. 
É comum encontrá-la à beira mar, a olhar para o infinito com um balde cheio de água na mão, sem saber muito bem porque o tem.
Enquanto contempla o mar os filhos destroem castelos, pontes e buracos que encontram enquanto arrancam os brinquedos das mãos dos outros miúdos e, muitas vezes, os utilizam para lhes bater. Se os filhos são rapazes, é altamente provável que, a uns bons metros do mar, decidam fazer xixi para a areia só porque sim, sem que nada lhes seja dito. 



sábado, 23 de julho de 2016

Estou cansada

Estou cansada. Muito cansada.
Se me pedissem para descrever a maternidade em duas palavras seria : maravilhosa e cansativa.
Eu sei, é feio queixar-me de barriga cheia. Tenho uma filha maravilhosa e saudável, uma família que a adora e um emprego de que gosto, muitas pessoas não poderão dizer o mesmo. De qualquer das formas isto não invalida o que sinto.

Quando estou com a Madalena dedico-lhe toda a minha atenção. Brincamos, rimos, cantamos, dançamos, passeamos e tanto mais, mas quando o dia acaba estou de rastos. Não me apetece mexer. Quando finalmente me sento no sofá sinto a cabeça andar à roda. Também não ajuda estar há mais de um ano a dormir pouco ou nada. 

Isto da maternidade tem muito que se lhe diga. Por mais que façamos ficamos sempre com a sensação de que poderíamos fazer mais, ou de que fizemos alguma coisa mal, e isto desgasta.
Queremos ser super mães, super mulheres, super trabalhadoras e super amigas, mas alguma coisa acaba invariavelmente por ficar pendurada pelo caminho. 

Isto vai passar. Tudo passa. 
Ela vai crescer e eu vou ter muitas saudades destes tempos, de lhe conseguir roubar beijinhos e gargalhadas com tanta facilidade, das horas infindáveis de colo que ela exige agradecendo depois pousando a cabeça no meu ombro, dos abraços tão apertados que ela dá só porque sim...

Até lá é aguentar e alimentar-me destes momentos que enchem a alma, porque por mais cansada que esteja basta vê-la correr na minha direcção de braços abertos a dizer : mamããã!!! para tudo passar.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O jeitinho que isto me deu! #2

Ao pequeno almoço a Madalena tem o hábito de agarrar na comida e passear, deixando um rasto bastante visível da sua passagem. O mesmo se passa com os snacks durante o dia (fruta, bolachas...). Já tinha dado a coisa como perdida, assumindo que a posição de rabo para o ar a caçar migalhas passaria a ser a oficial depois de ela comer.

Hoje encontrei uma coisa que, julgo eu, vai melhorar bastante esta situação: o Tote-Along Snacker da Fisher Price.


E o que é isto? Uma taça com pegas laterais (que podem ser rodadas, passando a pega única) e uma tampa de silicone com recortes, que permite que a criança passeie a comida e consiga tirá-la quando apetecer, tudo isto sem desastres.

Antes da hora de jantar já fiz um test drive com a Madalena e morangos e correu bastante bem. Ela percebeu rapidamente o mecanismo da coisa e nem mesmo quando arremessou a taça para o chão a coisa correu mal, já que a tampa roda e fica trancada.

Juntamos a isto a garantia de ausência de BPA e parece-me uma excelente ideia.

Nos próximos dias vou continuar a testar e dou notícias! 

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Não ganhei para o susto

Na 3a Feira perdi uns bons anos de vida. 
Ter filhos faz disto.

O dia começou demasiado cedo. Às 5.20 a Madalena decidiu que era alvorada e lá ficámos a brincar até ser hora de a despachar para a escola. Estava bem disposta, alegre e sorridente como sempre.
Quando a fui buscar soube que só dormiu uma hora na sesta. Estranho. Nunca dorme menos de duas e, tendo acordado de madrugada, esperava que dormisse melhor.

Chegámos a casa e comecei a fazer a sopa e jantar dela, enquanto ela estava ao meu lado a brincar com os copos de plástico. De repente vejo pelo canto do olho que ela tropeça e cai para cima de um escadote de dois degraus que tenho na cozinha. Não pareceu nada de grave, o escadote é de plástico, em princípio estaria tudo ok. Ela começa a chorar agarrada ao braço. Pego nela, dou beijinhos e coloco a mão no corovelo, onde ela se queixa. Sinto a mão quente.
Tiro a mão e só vi sangue. Pus o cotovelo debaixo de água e vejo um lenho profundo na pele que não parava de sangrar.

A partir daqui o tempo parece que começou a andar a uma velocidade diferente. Agarrei num pano para fazer compressão e fui procurar um dos meus telemóveis para ligar para o inem. Como estava sozinha em casa e o cotovelo não parava de sangrar achei que seria imprudente pô-la no carro para ir para o hospital.
Lá encontrei um telemóvel e liguei. Estava nervosa e com a fala atabalhoada mas lá expliquei a situação e pedi ajuda.
A Madalena esteve sempre ao colo e gritava, assustada por me ver nervosa e por lhe estar a fazer compressão com a toalha.
Decidi ir para a rua esperar pela ambulância e aproveitar para a levar a casa dos vizinhos com cães, que ela tanto adora ver. Assim que se viu à frente do primeiro parou automaticamente de chorar e quis fazer festinhas.
Menos mau. Aí acalmei.
Percorri o bairro com ela ao colo a parar em todos os cães que me lembrava. De vez em quando ela lembrava-se que lhe estava a comprimir o cotovelo e queixava-se, mas assim que via outro cão passava-lhe.

Depois do que me pareceu ser uma eternidade chegam, ao mesmo tempo, o meu marido (a quem liguei logo a seguir ao inem) e a ambulância.
A Madalena foi vista pelos bombeiros. Com a compressão a hemorragia tinha estancado mas a lesão era realmente profunda e precisaria de cola ou pontos. 

Como ela já não sangrava o Miguel perguntou se seria possível levá-la antes a casa da mãe, que é médica, para encerrar a lesão com Steri-strips e os Bombeiros concordaram que seria uma boa opção. Assim escusava de ir para o Hospital apanhar a bicharada que por lá anda e, sendo o procedimento feito pela avó, o stress seria muito menor.
Fiquei muito sensibilizada não só pelo cuidado e carinho com que viram a Madalena, como por esta atitude, que só demonstrou que estavam realmente a pensar no bem estar dela.

Agradecemos, despedimo-nos e lá fomos os 3 a casa da minha sogra, que pôs o cotovelo da Madalena como novo em tempo record.

Voltamos para casa, ela jantou, foi para a cama dormir e depois de ela adormecer caiu-me tudo.
Chorei o que não chorei enquanto ela esteve acordada e tive pesadelos toda a noite. Acordei de hora a hora para vê-la.
No dia a seguir ela estava óptima. Tirando o penso ninguém sonharia que se tinha passado alguma coisa. Já eu parecia que tinha levado uma tareia.

Agora é enchê-la de beijinhos e mandar fazer uma armadura, que o meu coração não aguenta muitas aventuras destas...






segunda-feira, 18 de julho de 2016

Resquícios do Euro

Com o calor a Madalena está mais chata para jantar. Come menos e a muito custo.
Uma das técnicas que utilizo é cantar. Tenho um vastíssimo repertório de música interessantíssima (ou não) que acaba por funcionar.
Hoje as musicas lá correram bem até meio da sopa, mas a partir daí nada.
Repeti as que ela mais gosta e nada, até que me lembrei de uma que aprendeu há pouco tempo e adorou : A Portuguesa...
Ao fim de duas voltas já tinha comido a sopa toda.

A sério Madalena? Tanta música e tinha de ser esta?...

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Não durmas não...

Primeira reunião do dia.
Impecável. Corre tudo bem, siga para a próxima.
Passo por um espelho e espreito para ver se estou bem e reparo num pequeníssimo detalhe: só tinha rímel num olho...

Não durmas não Diana...

domingo, 3 de julho de 2016

A mulher pêndulo

Praticamente desde que a Madalena nasceu perdi uma capacidade que sempre dei por certa: a capacidade de estar parada e quieta.
Sempre que paro começo imediatamente a oscilar lado a lado, o que já me valeu a alcunha de mulher pêndulo.
Engraçado não é? Nem por isso.
Isto manifesta-se tanto quando tenho a Madalena ao colo como quando nem estou com ela, e é aí que a coisa perde a graça.
Hora de almoço, vou ao shopping a correr. Fico numa fila e quem aparece? A mulher pêndulo.
Estou à espera de uma reunião e não tenho onde me sentar ou não me apetece estar sentada. Em tempo nenhum já estou a embalar sabe deus o quê.
Vou tirar o cartão de cidadão. Fico o tempo que for preciso a dançar lado a lado sem sequer me aperceber.

Enquanto que as pessoas que não me conhecem apenas olham e tentam perceber se é defeito ou feitio, as minhas amigas já gozam. Se me apanham em modo pêndulo dizem logo:
"Diana, a Madalena está na escola!"
Ou então:
"Estás a embalar o quê? A mala?"

E eu rio-me porque realmente é um hábito que, visto de fora, é um tanto ao quanto estranho.

Por outro lado, amigas que já foram mães e também tiveram bebés pouco amigos de cama percebem e dizem que não estou sozinha.

E por aí? Mulheres pêndulo, acusem-se!!

sábado, 2 de julho de 2016

Estacionamento (não tão) prioritário

Fui com a Madalena de manhã ao supermercado. Ao chegar fui ver se havia lugares prioritários disponíveis mas estavam todos ocupados.
Continuei caminho e estacionei noutro lugar, ainda a uma boa distância da porta.
Ora estamos a passar a pé pelos lugares prioritários quando aparece uma senhora dos seus 50 e muitos 60 anos, com uma mobilidade bem melhor que a minha (lá está, não estava a carregar 10 Kgs de criança no braço), sem crianças por perto e entra num dos carros aí estacionados.
Abrandei para ver. A senhora vê-me, olha para a placa que indica a característica do lugar e vira a cara a tentar evitar-me.

Passo por ela e não resisti: 

"Muitos parabéns minha senhora!"
Ela olha para mim sem perceber o que se passa.
"Como está aí estacionada e nitidamente não tem crianças consigo só posso deduzir que esteja grávida. Muitas felicidades!"

E segui caminho a rir, enquanto ela não sabia muito bem onde se havia de enfiar.


sexta-feira, 1 de julho de 2016

A sério?...

Hoje fomos com a Madalena à CUF no final do dia e fomos atendidos por um pediatra muito simpático e calmo. 
Apesar de não estar lá grande coisa, a Madalena esteve sempre bem disposta, a querer andar por todo lado, mexer em tudo e a meter conversa com todos.
No final da consulta a Madalena levanta a mão na direcção do pediatra a pedir um "high five" e ele, achando graça, lá pôs a mão a jeito para lho dar.
A Madalena achou imensa piada e colocou novamente a mão em posição.
O pediatra ri-se e vai novamente com a mão na direcção dela e diz : "dá cá mais cinco!" mas a Madalena à última hora tira a mão e deixa o médico agarrado.

Comentário imediato do Miguel para o pediatra "vai para a fila!!"

Acho que nunca me despedi tão depressa de alguém...