sexta-feira, 31 de março de 2017

Sabes que estás cansada quando...

Vais adormecer a tua filha, dizes até já ao marido e passado hora e meia ele vai ver se está tudo bem e te encontra a dormir profundamente ao lado dela.

Não durmas não Diana...

quarta-feira, 29 de março de 2017

Baby blues e as expectativas irreais da maternidade

A maternidade muda-nos. Muda. Podem dizer que não, que são exactamente a mesma pessoa que eram antes, mas acho isso praticamente impossível.
A umas bate com mais força, outras sentem-na com maior leveza, mas a vida nunca mais é igual.

Para algumas Mães a coisa corre melhor, com gravidezes e partos santos e crianças angelicais que dormem 50 horas seguidas. A outras nem por isso.

Como não tenho outra experiência que não a minha falo-vos dela aqui, pois sei cada vez mais que não estou sozinha e é bom que outras Mães saibam que isto acontece.

Tive uma gravidez santa, não me posso queixar. Uma barriga daqui até à margem sul, mas sem queixas. Não soube o que eram uns pés ou mãos inchados, pouco enjoei e consegui apertar os sapatos sozinha até ao dia em que fui para a maternidade.
Talvez por ter tido uma experiência tão pacata julguei que as coisas seriam sempre assim tão pacíficas. Se calhar até foram, mas eu não consegui lidar bem com elas.

O facto de a Madalena ter nascido de cesariana foi o primeiro embate. Ora então eu, que até plano de parto escrito tinha, não soube o que era uma contracção e tive de agendar um dia para a Madalena nascer? Que absurdo. Como é que escolhemos o dia de nascimento da nossa filha? Logo aí comecei a não lidar bem com isto.

O dia do nascimento foi surreal. Ir para o hospital de mala feita, sabendo que a Madalena iria nascer naquele dia fez-me confusão. O hospital onde ela nasceu também não ajudou, não me senti particularmente apoiada pela equipa de enfermagem e tive dores horríveis, sem necessidade para tal.
Doze horas após o nascimento a Madalena sufocou com líquido amniótico e logo aí senti, pela primeira vez, uma coisa que me passou a perseguir. A culpa.

Ora porque é que ela sufocou? Porque eu não fui capaz de tê-la por parto normal e nasceu cheia de líquido. Assim que isto aconteceu começou a incapacidade de dormir. E se ela sufoca novamente a dormir e não damos por ela? Fazia turnos com o meu marido para estar sempre alguém acordado a ver se estava tudo bem. Assim que começámos a relaxar, já quase 3 semanas pós parto, ela sufoca novamente em casa. Tudo OK, mas passei 2 dias internada com ela em observação. E quem conseguia dormir depois disso? Cheguei a acordá-la variadíssimas vezes a meio da noite, pois a respiração era superficial (normal nos recém nascidos) e eu tinha medo que ela não estivesse a respirar. Só quando ela tinha quase 5 meses fui capaz de a deixar pela primeira vez sozinha no nosso quarto com o monitor (video) e vir para a sala um bocado, pois até lá quando ela ia para a cama eu ia com ela, com medo que alguma coisa acontecesse. Até ao dia de hoje acordo muitas vezes a meio da noite e olho para o monitor para me certificar que ela está a respirar...

Depois veio o colégio. Um horror deixá-la. Chorava ela, chorava eu, mas com o tempo foi acalmando. Até que aos 6 meses, à conta de uma gastroenterite e cistite ficámos outra vez internadas, desta vez uma semana, para ela fazer medicação endovenosa. Mais uma vez a culpa. Porque é que ela ficou doente? Porque eu tive de ir trabalhar e a deixei na escola. Em casa ela nunca apanharia nada disto.

E entre noites muito mal dormidas, sentimento de culpa avassalador e muito cansaço o tempo foi passando. No meio disto tudo já ela tinha um ano e eu via as mães de revista, que 1 mês pós nascimento dos filhos estavam impecáveis, no ginásio com uns abdominais que eu nunca tive, com crianças que pareciam nunca partir um prato e com um ar fresco e maravilhoso, enquanto eu parecia que ainda estava grávida de 5 meses e tinha umas olheiras que nem as melhores bases do mercado conseguiam cobrir.

Foi preciso chegar quase aos 2 anos de vida da Madalena para parar e tentar perceber se toda esta angústia era normal. Sempre achei que sim. Como é que alguém que está há tanto tempo sem dormir e a trabalhar poderia estar de outra forma? Mas não. Não era normal. Era realmente um arrastar sem fim de um baby blues que nunca teve a devida atenção. Se fiz alguma coisa especial? Não. Acho que o simples facto de parar e perceber que alguma coisa estava errada foi o ponto de partida para tentar alcançar alguma normalidade.
Entretanto a Madalena começou a dormir um bocadinho melhor e eu passei de dormir 3/4 horas por noite com interrupções pelo meio para 5/6 horas, às vezes com 4 horas seguidas. E que diferença que isto fez. Num dia muito bom já consegui dormir 6 horas de uma vez.

E porque é que falo nisto?
Porque algumas de nós, Mães, temos dificuldade em assumir que estamos mal. Vamos aguentando, pondo tudo para trás das costas e "alimentamo-nos" dos sorrisos e carinho dos nossos filhos até ao dia em que não aguentamos mais. Achamos que faz parte, e que as coisas são mesmo assim, mas não têm de ser.
Falem com as vossas amigas. Falem com as vossas médicas. Falem.
Não deixem que a tristeza e angústia vos roubem a felicidade incrível da maternidade.
E não se esqueçam. Tudo passa. Menos o amor que sentimos por eles.






domingo, 26 de março de 2017

Dois anos!? Como é que isto aconteceu?..

Falta oficialmente menos de três semanas para o grande dia. Dois anos. Dois anos?!

Podia entrar no clichê de "o tempo voou" mas até sinto que o tempo foi justo. Já aconteceu tanto desde que ela nasceu que me fez sentir estes dois anos na sua totalidade. Mesmo assim já começo a sentir algumas saudades. Saudades de quando ela era tão pequenina que se encaixava toda no meu peito, saudades do cheiro de bebé, saudades das primeiras conquistas que tanto celebrámos.

Apesar disto tudo estou a adorar esta fase. Todos os dias aprende coisas novas, já sabe dizer muito bem tudo o que quer e as poucas palavras que lhe faltam no vocabulário são substituídas por gestos ou palavras alternativas. Ri-se de boca aberta e olhos rasgados e não deixa ninguém indiferente quando o faz. É a bebé mais incrível do Mundo e há de ser sempre a minha bebé enquanto eu existir.

Por isto e por tanto mais quero planear uma festa de aniversário que a deixe extraordinariamente feliz.

Como não poderia deixar de ser, o tema da festa vão ser a Princesas.
Já fui à Docinho de Açúcar comprar decorações, tenho a Mil Pedaços encarregue dos doces e conto com a Pó de Giz para a ardósia e convites mais fofos.

Vou-vos mantendo a par das novidades, até lá desejem-me sorte!

terça-feira, 14 de março de 2017

Educar por exemplo

Na escola da Madalena o horário de entrega/recolha de crianças é relativamente comum a todos os pais, diga-se que existe a chamada "hora de ponta" em dois turnos, na qual também me movimento.
A escola é bastante pequena, por isso mesmo em hora de ponta a confusão nunca é demais e acabamos por nos cruzar todos os dias com caras que já nos são familiares. 
Antes de entrar no edifício principal há duas portas: o portão da rua e a porta do edifício e é aqui que começa o meu problema.

Desde que a Madalena nasceu que sinto um peso grande de responsabilidade. Primeiro a responsabilidade de manter um ser vivo em tamanho bonsai vivo e saudável. Depois, a responsabilidade de a criar e educar de forma a que ela tenha valores que façam dela uma boa pessoa. 
Com isto em mente tento sempre ser um bom exemplo, porque eles aprendem por imitação. 
Não vale a pena dizer-lhes que têm de comer comida saudável enquanto nós enfiamos junk food goela abaixo, assim como não podemos dizer que têm de ser educados e respeitadores quando não o somos.

Infelizmente na escola da Madalena muitas vezes não vejo isto. Vejo pais/avós que, depois de se segurar numa porta para passarem são incapazes de agradecer, outros que vêm que estamos quase a chegar ao portão e o fecham praticamente na nossa cara, a mesma coisa com a porta do edifício principal. Tudo isto com crianças pela mão. 
Que raio de valores estão a ensinar aos vossos filhos/netos? 
Como podem esperar que eles tornem este mundo um bocadinho melhor quando não aprendem de pequenos os valores mais básicos, como respeito?

Os nossos filhos vão ser o nosso reflexo, no bom e no mau. Tentem que o bom prevaleça.