sábado, 26 de dezembro de 2015

Elevador perfumado

Momento surreal no elevador do cascais shopping:

A Madalena está a tomar antibiótico (já iremos aí quando a coisa acalmar) e, por causa disso, tem a barriga meio esquisita.
Ora hoje estávamos no shopping e entrámos no elevador para ir para o piso 0. Quando entrámos já lá ia um homem que desceu connosco. Estávamos então, no elevador, eu, a Madalena (no wrap) e o homem.

As portas fecham-se e, de repente, sinto um cheiro a ovo podre que me deu vómitos, cheiro esse perfeitamente compatível com o que tem vindo a ser eliminado da barriga da minha linda filha.
Tiro imediatamente a Madalena do wrap enquanto digo: "Oh Madalena! Como é que uma boneca tão linda como tu é capaz de produzir tamanho cheiro?".

Cheiro-a. Não era dela.
Olho para o homem. Roxo. De olhos no chão.

Felizmente a viagem foi rápida e em menos de 5 segundosnestava fora daquela estufa fedorenta.
É que só a mim...

sábado, 19 de dezembro de 2015

Era uma vez no Fórum Sintra #1

Eu não sou frequentadora assídua do fórum Sintra. Acabo por ir lá parar em situações específicas, seja por estar a passar perto para almoçar ou quando quero ir a alguma loja que só encontro ali.

Desde que a Madalena nasceu, a minha percepção deste centro comercial mudou, e tudo devido a uma zona específica: os elevadores.

Diz a lenda que os elevadores são exclusivos para pessoas com mobilidade condicionada ou para quem leve bebés e proibidos a quem leve carrinhos do supermercado.
Porquê a lenda? Porque a realidade é uma coisa completamente diferente.

Não há dia em que leve a Madalena de carrinho e não saia de lá com uma história para contar. Já estou num ponto em que começo a perguntar quando será o dia em que apareço nas notícias por agressão qualificada.

Hoje não foi excepção. Fui logo às 10 da manhã para evitar a confusão e a coisa até correu bem. Arranjei lugar perto da porta dos elevadores e esperei menos de 1 minuto pelo dito. Fiz as minhas compras e uma delas, devido ao volume, ficou na loja para ir levantar antes de sair.
Obviamente que fui para o carro e esqueci-me completamente de a levantar.
Dirigi-me aos elevadores para ir para o parque e tinha do meu lado, também à espera de elevador, duas raparigas nos seus 20 anos e uma pessoa com um carrinho de supermercado.
As portas abrem-se e já lá vinham duas pessoas de 30 e tal anos. A pessoa de carrinho de supermercado tentou passar à minha frente, mas uma cara de fúria acompanhada de um dedo a apontar para a proibição dos ditos carrinhos no elevador foram suficientes para a demover. Entrei. A meio da descida lembrei-me que tinha deixado a prenda para trás e, chegando ao -1, acabei por ficar no elevador. Nesse andar estava uma outra mãe de carrinho e ar desesperado que me perguntou se eu arranjava espaço para ela.
Disse-lhe que obviamente que sim e ela lá entrou. 

No caminho para cima contou-me que estava há 15 minutos a tentar subir, mas que apanhava elevadores cheios de pessoas que, não só não saíram, como lhe diziam que já vinham de um andar inferior e que tinham prioridade. La lhe perguntei se não as expulsava do elevador e ela riu-se, até perceber que eu o fazia. Aí ainda se riu mais.
Chegamos ao piso 0 e saímos as duas.

Lá apanho os sacos (ENORMES) e sigo de volta para o elevador. Apanho o primeiro sem grande dificuldade mas, entre sacos e carrinho, ocupei o espaço quase todo e eis que uma mulher dos seus 40/50 anos, munida de dois saquinhos da Primark, pergunta se lhe arranjo espaço.
Ok, lá me entalo ela entra.
Ainda as portas não tinham fechado e começa o seguinte diálogo:

Pessoa: Isto é inadmissível não é?
Diana: O quê?
P: Só haver dois elevadores! Estou há mais de 5 minutos à espera!
D: Eu não acho. Até porque os elevadores são exclusivos, logo nem a senhora aqui devia estar. Se as pessoas não fossem selvagens e cumprissem, quem realmente precisava de andar neles não teria qualquer problema.
P: Ah! Mas de qualquer das maneiras só há dois elevadores!
D: E chega perfeitamente. A senhora só esperou porque quis enquanto que eu, cada vez que a senhora e outros tantos que não precisam de aqui estar, tenho de esperar uma eternidade pois não tenho mesmo alternativa. Era andar 5 metros para o lado e descer as escadas. Ainda por cima são automáticas, nem precisa de mexer as perninhas.

E saí. 
Será que a consegui evangelizar?...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Vou amamentar a Matilde até aos 16 anos

A Diana não me deixa falar de cocó. Permitiu-me fazê-lo, a muito custo, se isso significasse escrever no blog e se não referisse o nome dela, por isso, Diana não vou referir o teu nome, ok?

Mas as minhas epopeias da maternidade giram muito à volta desta temática.

Ao fim de pouco mais de 6 meses de amamentação exclusiva, a Matilde comia o seu primeiro creme de legumes. Confesso que estava ansiosa por começar esta fase. Começar a fazer e variar as sopas e as papas, estudar receitas, escolher os melhores legumes, conhecer o gosto da minha filha e o que mais a agradaria ou não. Era como se isso me trouxesse mais um pouco da personalidade dela que descubro todos os dias.

Tudo isto era muito bonito e até consigo imaginar musiquinhas cor-de-rosa como banda sonora do bonito que isto era.
Tudo isto era muito bonito até chegar o primeiro "cocó de sopas".
Tudo isto era muito bonito até, numa manhã sozinha com ela em casa, ter dado com "o" brinde numa normal muda de fralda. Felizmente acordo com tempo de me demorar com ela, de a levar a pé à creche e de ir calmamente até ao meu trabalho.

Cenário:
Matilde suja até às costas, massa fecal bem mais compacta do que os lindos cocós "de leite", Matilde em êxtase a bater com as pernas no trocador de fraldas enquanto chapinhava com os pés na fralda recém aberta. Peguei-a pelos braços e corri com ela até ao chuveiro mais próximo enquanto parava a respiração (o cheiro... ai o cheiro dos cocós "de leite", que saudades).
Banho ali mesmo.
Voltei com ela ao colo, a recuperar do choque, embrulhada na toalha quando comecei a sentir um quentinho pela minha roupa a baixo (já estava vestida para sair) pensei " Deve ser água, sim é isso! Escorreu água do banho"... E era água! Mas água daquela quentinha que já passou pelos rins e pela bexiga da minha filha.

Toca a vestir de novo as duas, eu e ela e sair a correr para a creche, para ir a correr para o carro e ir a correr para o trabalho.

Sim, já me disseram que agora é só a piorar, sopas de carne e sopas de peixe acenam-me no horizonte. São tão fofinhos os bebés... ... ...

Por isso tomei uma decisão.

Vou amamentar a Matilde até aos 16 anos.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Socorro! Pari o Hanibbal Lecter...

É verdade. 
Tenho uma versão pequena e feminina do Hannibal Lecter aqui em casa.
Não, a Madalena não anda atrás de mim a dizer "Hello Claricccccccccccce...", mas desenvolveu uma paixão pelo canibalismo.

Passo a explicar: como já tinha dito, no update dos 7 meses, a Madalena já tem os dois incisivos inferiores. Dois lindos e (muito) afiados dentinhos.
Então o que é que esta miúda começou a fazer? Ora mostra algum interesse por mamar. Quando lá está não mama.
Olha para mim, ri-se, morde com toda a força que tem e contorce-se a rir quando começo a gritar. 

Digam-me por favor que é uma fase...ou então passem-me o contacto de um bom cirurgião plástico.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Vão visitar um recém nascido a casa? Leiam primeiro isto

Já se leu por aí milhentos blogs e páginas com dicas fofinhas para as primeiras visitas em casa ao recém nascido. Muitas delas são interessantes e cheias de sentimento. Acho que ficou a faltar a versão prática e sem corações nos olhos.

Pois aqui segue a versão que eu julgo ser a mais real:

1- por mais que tenham falado antes do parto e de a Mãe dizer que acha óóóóóptimo ter visitas em casa mal volte do hospital perguntem novamente depois de o bebé nascer. Se notarem alguma hesitação no convite não apareçam. Deixem passar mais algum tempo e depois voltem a perguntar.

2- eu sei, é muito giro ver o bebé mal ele nasça, mas há toda uma vida para o ver. E a Mãe vai estar, pelo menos, 4 meses em casa. Sejam originais. Não apareçam nos primeiros dias, quando toda a gente quer aparecer e os pais estão de rastos, e apareçam dois ou três meses depois, quando as pessoas parece que já se esqueceram que o bebé nasceu.

3- se vão visitar nos primeiros tempos e querem ajudar, não se ofereçam para ficar com o bebé para a Mãe ter tempo para cozinhar/arrumar. Cheguem-se à frente e ofereçam-se para dar um jeito à casa, levem comida já feita ou mantimentos básicos. Isso sim, é apreciado. 

4- não fumem antes/durante a visita. Por mais que lavem as mãos ou comam pastilhas o cheiro a tabaco não desaparece e o recém nascido não precisa de começar logo a vida como fumador passivo.

5- se os pais pedirem para lavar/desinfectar as mãos, façam-no sem comentar ou mandar piadinhas. Os pais não o fazem por achar que vocês são porcos ou andaram com as mãos em sítios dúbios (quer dizer, às vezes...), mas sim por quererem proteger o filho recém nascido. 

6- não peguem no bebé se os pais não vos perguntarem primeiro se o querem fazer. Há pais que não se sentem confortáveis com colos alheios nos primeiros tempos e há que respeitar. 

7- cada vez que o bebé fizer alguma coisa (chorar, ter soluços, dormir, não dormir) não emitam uma opinião sobre qual será a origem do comportamento ("Está com fome!!" "Está cansado!" "Tem cólicas!!"). Se por cada opinião não solicitada os pais recebessem 1€ ficavam ricos antes de acabar a licença de maternidade. Não contribuam para esta causa.

8- é normal quererem oferecer uma prenda, mas antes de gastarem dinheiro perguntem se alguma coisa faz falta, incluído fraldas ou algum artigo para a higiene do bebé. Muitas vezes um pacote de fraldas vale por dez vestidos bonitos.

9- se a Mãe se retirar para dar de mamar, por amor de Deus, não a sigam! Se ela se retirou foi porque quis privacidade nesse momento. Respeitem.

10- não façam sala. Por educação os pais nunca vos irão expulsar de casa, mas estão cansados e precisam de aproveitar os momentos em que o bebé dorme para organizar as coisas ou dormir, coisa que não poderão fazer com visitas em casa. 

11-  finalmente, aquilo se deveria fazer sempre e muitas vezes fica esquecido: elogiar. Um simples "Que bem que este bebé está, estão a fazer um óptimo trabalho" pode fazer maravilhas a um casal que está cansado e, muitas vezes, inseguro. 


domingo, 6 de dezembro de 2015

Fraldários

Já se sabe que uma Mãe consegue fazer muita coisa. Com o nascimento de um filho nasce também em nós um espírito de MacGyver, que nos dá uma capacidade de inventar soluções quando elas parecem impossíveis.
Isto nunca foi tão real como com o drama dos fraldários.

Antes de ser mãe nunca tinha reparado que em restaurantes é raro haver um. Normal. Não precisava dele, por isso não me fazia falta.
Agora que tenho a Madalena quase que me apetece ter um diário onde anoto os que têm, ou melhor, não só os que têm como o que aconteceu nos outros, quando precisei de lhe mudar a fralda.

Dentro das histórias mais absurdas tenho duas mudanças de fralda surreais.
Uma, num restaurante todo chique em Sintra, com a Madalena suja até à nuca. Foi-me dada a única opção que dispunham: uma cadeira de praia de madeira e lona, rentinha ao chão, onde não só tive de mudar a fralda de joelhos, como também tive de controlar os movimentos da Madalena porque a lona balançava lado a lado.
A segunda, num restaurante em Alcabideche, onde acabei a mudar a fralda na dispensa, em cima de uma pilha de toalhas de mesa de papel, rodeada de caixas de comida.

Pior que isto são os restaurantes que, não só não possuem fraldário, como ainda nos lançam um ar de desprezo quando perguntamos onde podemos mudar a fralda.
Ontem almocei num restaurante desses. Um restaurante dos mais antigos na zona de Birre. Quando precisei de mudar a fralda à Madalena não só percebi que não havia fraldário como, quando perguntei a um empregado como poderia fazê-lo levei um: "Sei lá! Não dá.", seguindo depois no seu caminho como se nada fosse.

Eu assumo que não seja obrigatório ter fraldários em restaurantes, mas este tipo de postura, num restaurante supostamente bom deixa-me irritada.
A vontade que me dá é de ocupar a primeira mesa livre e mudar a fralda ali, mas como (ainda) não estou louca fico-me sempre pela vontade.

E vocês? Contem-me as vossas histórias dantescas de mudanças de fralda sem fraldários ou em fraldários alternativos.
Imagino que haja muuuuuuuitas por aí!!

sábado, 5 de dezembro de 2015

Madalena no seu esplendor

5 da manhã. Acorda para mamar.
Acaba, vai para a cama dela.
Vira-se, dá um pum, bate palmas e adormece.

Todo um charme...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Agora sim, já me aconteceu tudo

No meu trabalho passo muito tempo a conduzir. Isso faz com que seja bastante prática e faça grande parte da minha vida no carro.
Como estou a amamentar, tenho de tirar leite durante o dia e acabo por fazê-lo a conduzir, para não roubar tempo do dia de trabalho. Pode parecer loucura, mas comigo funciona e acaba até por ser bastante prático, tenho um cachecol que uso para disfarçar e ninguém repara. Até hoje.

Estava alegremente a tirar leite, entrei numa rotunda e vejo uma operação stop...
Eu NUNCA sou mandada parar. Nunca mesmo. Obviamente que hoje tinha de ser o dia.
Fui mandada parar por um polícia logo à entrada da rotunda, o que não me deu tempo para tirar a bomba. Encosto o carro, roxa, e baixo o vidro. O polícia olhou para mim e perguntou se estava tudo bem, tal era o meu ar de pânico (lá está, o cachecol não deixava perceber o que se passava).

Apontei para o motor da bomba e expliquei o que se estava a passar. Acho que o polícia ficou ainda mais atrapalhado que eu. Em menos de 5 segundos mandou-me seguir, sem fazer mais perguntas. E eu demorei cerca de 10 minutos a voltar à minha cor normal...




Seis meses de Matilde

Há seis meses atrás abracei-te pela primeira vez. A tua pele na minha, o meu coração no teu. Olhavas-me como se sempre tivesses feito parte da minha vida com a certeza que também ali nascia eu.

Hoje, recebes-me com sorrisos de dois dentes, gargalhadas e braços a abanar. Adormeces no meu colo e sorris. Respiras no compasso da felicidade.

Seis meses de amamentação exclusiva. Conseguimos! És um bebé feliz, sorris a toda a gente porque sim e porque não. Dás as melhores risadas com as macacadas do papá.

E quando penso que o amor não pode ser maior, tu ensinas-me que ele cresce todos os dias. Meu pequeno grande amor.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Toma que é para não seres lontra

Ando há semanas, meses, a querer comer castanhas assadas.
Por um motivo ou outro ainda não tinha conseguido.
Hoje, à saída do AKI lá estava um carrinho e pensei : "É hoje!".
Como a coisa já estava pendente há uns meses, decidi que iria enfardar uma dúzia de castanhas. E lá vieram elas. Quentinhas e (pensava eu) boas.

Abro a primeira : bicho.
A segunda: bicho.
A terceira: bicho.

Resultado: das doze castanhas (sim, o Sr nem deu aquela castanhinha a mais por eu ser uma tipa porreira) 9 tinham bicho. Das 3 sem bicho uma estava crua, outra esturricada e a que se aproveitava estava mole.

Toma que é para não seres lontra.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Update Madalena

Ora então o que se passou desde a última vez que aqui estive? Tanta coisa!

A Madalena está cada vez maior e mais gira (quando eu julgava que isso seria impossível!).

Já tem os dois incisivos inferiores, que servem para morder TUDO o que apanha à frente, seja objecto, animal ou pessoa.

Bate palmas a torto e a direito (chega a acordar muitos dias a bater palmas...o que me faz rir às gargalhadas).

Já diz mamã, papá e olá. Esta última palavra entoa em loop, especialmente quando está perto de pessoas que não conhece. (É muito bem educada a minha filha)

Ainda não gatinha e não sei se lá chegará, pois descobriu que, entre usar objectos para se impulsionar e a rebolar, consegue chegar onde quer! Está feita GI Jane...

Sabe perfeitamente quando está a fazer asneira, mas em vez de parar, lança o seu olhar mais fofo, ri e continua alegremente a fazer porcaria. Estamos tramados...

Continua a ser a bebé mais incrível e maravilhosa da face da Terra e, quando acho que é impossível gostar ainda mais dela, acabo sempre por me surpreender.

Venham lá os próximos 7 meses! ❤️