domingo, 29 de janeiro de 2017

Disney, a traumatizar crianças desde 1923

Os filmes da Disney fazem parte do nosso imaginário. As princesas, criaturas fantásticas e animais fofinhos prendiam-me ao ecrã e, quando a Madalena ficou doente e fechada em casa, achei que era uma boa altura para partilhar com ela estas memórias.

Se calhar o tempo pintou as minhas memórias de pozinhos mágicos, pois quando comecei a ver um e outro filme e a ler uma e outra história apercebi-me de uma coisa: mas que raio tem a Disney contra os pais? Ora vamos fazer um pequeno apanhado:


✔️Rei Leão - não só o pai morre como o filho acha durante quase todo o filme que o matou

✔️Bambi - ainda o filme mal começou e a mãe já foi abatida 

✔️ À procura de Nemo - o filme começa com a morte da mãe

✔️ Papuça e Dentuça - mais um que mal o filme começa fica abandonado no mundo porque mataram a mãe 

✔️ Dumbo - a mãe não morre, mas quando o defende contra os meninos que gozavam com ele é chicoteada e espancada e colocada numa jaula de isolamento 

✔️ Frozen - à segunda música os pais morrem



Depois temos os clássicos. Aquelas histórias lindas de encantar, que no fundo acabam sempre com uma princesa linda e maravilhosa a ser salva por um príncipe que nem sabe quem ela é:

✔️ Bela adormecida - pica o dedo numa roca e não só ela como todo o reino adormece. Um tipo que nunca a viu aparece lá, beija-a e tudo fica bem.

✔️Branca de Neve - mais uma sem Mãe que fica morta num caixão de vidro até outro tipo que nunca a viu pegar nela, espetar-lhe um beijo e resolver tudo.

✔️ Cinderela - outra sem Mãe, escrava da madrasta e das meias irmãs. Para fugir da desgraça lá tem de vir um tipo de sapato de cristal na mão que, depois de ter dançado uma vez com ela, a tira da vida miserável que leva e a faz ser princesa.


Entre pais que morrem que nem mosquitos na A1 e princesas que só se safam se um tipo que mal as conhece as salvar, nem sei o que prefiro...

Quer dizer, sei. Prefiro o Pets. Ao menos lá só morre a víbora e o dono do cão grande, que ninguém conhece... 😒

sábado, 28 de janeiro de 2017

Quando é que isto para mesmo?...

Com os quase 2 anos de Madalena ganhei outra tolerância para uma série de coisas, entre elas os comentários não solicitados. Continuam a chatear, uns ainda muito, mas a capacidade de relativizar aumentou.

Independentemente disso ainda há aqueles comentários...ai aqueles...que ainda não acabaram de ser ditos e já o meu sangue fervilha. Nesses momentos imagino toda uma cena alternativa na minha cabeça, num universo onde eu teria a liberdade de responder exactamente aquilo que me apetecia e a coisa seria mais ou menos assim:


P- Ahhh, ela está com tanta tosse...já a levaste ao médico coitadinha?

D- Não. Sabes que eu sou fã de Darwin e da selecção natural. Se ela não se safar sozinha é porque não era lá grande coisa



P- Está tanto frio...de certeza que ela está bem agasalhada?

D- Claro que não. Há pouca coisa que me dê mais prazer que ver a minha filha sofrer de hipotermia. É isso e o Benfica ser campeão.



P- Mas o médico não receitou antibiótico/xarope/comprimidos/sabedeusoquê? Assim admira-te que ela nunca mais fique boa!

D- Por acaso o pediatra dela deve ser mais ou menos da tua idade...às tantas tiraram o curso de medicina juntos! Ahh...não és médica...pois.



P- Com esse tamanho todo e ainda anda ao colo?

D- É verdade. Durante uns tempos experimentei andar com ela agarrada à minha perna a berrar, mas deu-me cabo da ciática.


P- Ainda não dorme a noite toda?? A minha dorme 12 horas desde os 6 meses.

D- Poooois, se eu ao acordar a meio da noite tivesse de olhar para a tua cara também preferia dormir às 12 horas de cada vez.



Quando é que os comentários param, mesmo?...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Crónicas de uma filha doente ou "se ficamos muito mais tempo fechadas em casa damos em doidas"

Disse à Madalena que ia à cozinha buscar uma clementina para ela comer.
Ela agarra-se à minha perna e grita:

"Mamãããã!!! Nããão!!"

Perguntei:

"Estás com medo que a mamã vá embora querida?"

Responde a Madalena, de lágrima no olho:

"Siiiiiimm"

Digo:

"Oh filha, não tenhas medo. Eu sou como a Maria Leal, estou aqui só para ti"


Não durmas não Diana...


terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Virei Mãe

Sabem aquelas mulheres que desde que se lembram de existir quiseram ser mães? Que passaram a infância a brincar com bonecas e na adolescência já tinham nomes escolhidos para os filhos? As que quando uma criança aparece se desfazem em "cutchi cutchis" e não têm olhos para mais nada?

Pois eu era o oposto.
Naturalmente que ser mãe estava nos meus planos de vida, mas nunca foi uma obsessão.
Achava uma graça relativa a crianças, mas nunca em períodos superiores a 2/3 minutos pois a minha paciência não dava para mais.

Imaginem qual o meu espanto quando, depois de saber que estava grávida, comecei a ver as crianças com outros olhos. Mais estranho ainda foi o facto de essas mesmas crianças, que nunca foram à bola comigo, me começaram a achar graça.

Logo ai percebi que isto da maternidade nos muda. Mas nada me preparou para o que aí vinha. Para o dia em que virei Mãe.

Seria de esperar que eu virasse Mãe no momento em que a Madalena nasceu, mas não foi aí. 
Talvez o facto de ela ter nascido por cesariana e o contacto no pós parto imediato ter sido curto não o tenha proporcionado.

O momento em que me caiu tudo foi quando a Madalena sufocou, 12 horas depois de nascer. Quando vi a enfermeira sair do quarto a correr com ela ao colo e pensei, por um instante, que lhe poderia acontecer alguma coisa
Senti que me estavam a arrancar uma parte do corpo sem a qual seria impossível viver e, aí sim, virei Mãe.

Olho para a Madalena com um misto incrível de amor e felicidade. Penso todos os dias na sorte que tenho em tê-la como minha filha e tento com todas as minhas forças que ela se sinta importante, desejada, acompanhada e acima de tudo muito amada.

É incrível este amor de Mãe, que torna secundárias todas as nossas necessidades em prol das necessidades deles de uma forma tão natural e óbvia, porque só assim faz sentido.
Este amor que nos faz chorar de alegria com um abraço apertado ou um beijinho sentido, ou rir perdidamente depois de um disparate que se calhar nem tem assim tanta graça, mas para nós é a coisa mais engraçada no Mundo.

Virei Mãe por tua causa, Madalena, e sou tão mais feliz desde aí.

Obrigada minha filha.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Por trás de uma criança doente

A Madalena está doente há praticamente uma semana.
O que começou com uma tosse que seria mais do mesmo, pois a médica afirmou que era mal geral, acabou numa pneumonia.
Felizmente não foi necessário internamento visto ela estar relativamente estável e tolerar o tratamento em casa, mas foi inevitável a quarentena em casa pelo menos até a respiração normalizar e a febre desaparecer.

Não me posso queixar, a Madalena é uma miúda incrível. As noites são difíceis porque a tosse não dá descanso, mas de dia ela anda até bastante bem dentro das circunstâncias. Mais aborrecida, mais chateada, mais impaciente e farta desta reclusão forçada, mas mesmo assim um doce.

Como a febre ainda não desapareceu e a tosse teima em continuar aqui estamos, desejosas que o bicho nos dê umas tréguas e permita retomar alguma normalidade.

Até lá é esperar. Cuidar. Acarinhar. Tentar esquecer o cansaço e desvalorizar as birras que teimam em aparecer. Se eu já estou fartinha disto imagino ela...

Para todas aquelas que estão a passar pelo mesmo, coragem. É um horror vê-los doentes, saber que estamos a fazer o que podemos e perceber que há dias em que não chega. Custa mas eventualmente vai passar. 



Ter um filho doente é isto. Muito cansaço, olheiras sem fim mas sempre com muito amor ❤

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Quando afinal há duas crianças em casa

Ontem a Anita fez o seu review da cozinha do IKEA.
Cá em casa também a comprámos e montámos, com todos os acessórios a que tinha direito, excepto as peças de vidro (por motivos óbvios).

A Madalena já tinha outra cozinha, mais pequena, e por a utilizar tanto e o espaço de arrumação ser escasso fizemos o upgrade. Se calhar por não ser uma novidade total passámos ao lado das batucadas nos tachos. Ou não.

O meu marido é baterista e por defeito profissional tudo é passível de ser percutido (estão a ver onde vou chegar?). 
Depois de um dia inteiro de brincadeira na cozinha a usar os tachos para a sua real função, saí da sala para ir buscar qualquer coisa à cozinha e deixei a Madalena com o Miguel. Passados segundos começo a ouvir alguém bater num dos tachos. Depois noutro. Depois em todos em jeito de melodia. Não era a Madalena.

Entro na sala e está a Madalena alegremente a cozinhar sem tachos e o Miguel divertidíssimo sentado no chão com os tachos à volta dele e baqueta na mão. 
Acham que ficou por aqui? Não. 
Chego ao pé deles e ele pergunta-me:

"Há mais kits destes de tachos no IKEA?"
Respondi que sim, mas que eram todos iguais àqueles

"A sério?? Então quando vamos lá comprar um para mim??"

E é isto a minha vida ... 😉

domingo, 15 de janeiro de 2017

Cozinha do ikea

Cá em casa também já montamos a cozinha do ikea (estava na caixa desde o natal)...


Expectativas: 

- Elevadíssimas adorava ter tido isto quando era miúda

- Ela vai amar!!!

 

Realidade:

- Tivemos que esconder as panelas, parecia noite de passagem de ano cá em casa

- As cestas de fruta servem de capacete.. ou chapéu de Chef de cozinha

- A sushi (a nossa gata) anda a jogar futebol com os legumes de tecido


E é isto.. adeus e obrigada


Anita


segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Madalena a pirosa

Hoje a escola da Madalena estava fechada, por isso acabei por tirar o dia e ficar com ela.
De manhã ainda tive a esperança de que poderíamos sair. Escolhi a roupa do dia e deixei-a na cómoda do quarto dela, mas uma análise mais cuidadosa do temporal que estava na rua fez-me mudar de opinião. De qualquer forma deixei-a onde estava já para amanhã.

O dia passou-se e acabei por me distrair nas horas de a levar para a cama. Fomos lavar os dentes, subimos para o quarto e quando já estávamos no escuro e ela quase a dormir, apeercebo-me que não lhe tinha mudado a fralda.
Ora a Madalena, que luta contra o sono com unhas e dentes, se apanhasse luz no quarto demoraria mais uma eternidade a adormecer, logo decidi mudar-lhe a fralda mesmo no escuro.
Ponho-a no trocador (que está em cima da cómoda), lá encontro o carrinho das fraldas com o braço livre e a coisa até corre bem. Ela mal se mexeu.

Tiro-a do trocador e volta para o meu colo, sem fazer barulho. Passado nem um minuto percebo que ela está a mexer na própria cabeça, e pareceu-me ouvir um ruído estranho. Ponho a mão lá e o que era? A vaidosona apanhou a bandolete com laço do kit matinal e estava no escuro a tentar pô-la na cabeça.

É isto. A minha filha linda, maravilhosa e cada dia mais pirosa!