quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O intercomunicador

Como já tinha referido noutro post, sempre disse que achava um absurdo o intercomunicador com vídeo. 
Dizia, com toda a segurança do mundo:
"Que exagero!! O com som chega e sobra! Que parvoíce gastar tanto dinheiro..."
Até chegar o dia da compra.
Arrastei o meu marido para a Pre-Natal, convicta da minha escolha, e começo a ver os intercomunicadores com vídeo... E as hormonas gravídicas falaram mais alto. 
Comecei a pensar em todos os "E ses", e lá acabou por vir o monitor xpto 3000 para casa.

Demorei cerca de dois meses até o usar. Maioritariamente porque quando ela tinha 20 dias apanhamos um grande susto e eu fiquei com medo de a deixar sozinha fosse pelo que fosse. Acabava por ficar no quarto com ela depois de a adormecer.
Um dia, com amigos cá em casa, lá me enchi de coragem e deixei-a no quarto sozinha, com a câmara. 
Desci as escadas a medo, sem olhar para os degraus porque não conseguia tirar os olhos dela. Maluquice não é? Pois...cada um com as suas.

Hoje em dia já faz parte da nossa rotina. 
Vou deitá-la e trago o monitor comigo para ver o meu programa favorito: TV Madalena.
Confesso que passo muito tempo a olhar para lá. Aliás, não deixo a imagem desaparecer (passado uns minutos o vídeo apaga e fica só o áudio), pois assim que acontece ligo-a imediatamente. 

Posto isto ponho-me a pensar: mães dos intercomunicadores sem vídeo, são umas corajosas. A sério. 
Como é que conseguem?

Eu sei que sou piegas, mas acho que se não fosse o vídeo ia subir e descer escadas a cada 2 minutos para ter a certeza que ela estava mesmo bem...





terça-feira, 29 de setembro de 2015

Momento lamecha do dia

Estar com a Madalena no final de um dia de trabalho, já em casa. Tê-la ao colo enquanto conto as saudades que tive durante todo o dia e ela, do nada, por a mão na minha cara, fazer uma festinha e sorrir de orelha a orelha.
E eu a choramingar de felicidade.
Há melhor que isto na vida? Impossível ❤️

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Música para que te quero

Eu adoro música. Desde pequena.
Adoro ouvir, adoro dançar mas, essencialmente, adoro cantar.
Aliás, até foi a cantar que conheci o meu marido.
Sou filha única e sempre tive muito pouco contacto com bebés logo, quando a Madalena nasceu, não sabia bem como entreter um bebé e acabei por optar por aquilo que me era mais natural : cantar.
Cantava sempre. Para ela adormecer, quando acordava, quando brincávamos, enquanto cozinhava, quando estávamos as duas no carro e, até ao dia de hoje, assim continuamos.

Devo ter inventado umas 100 músicas todas com o nome dela pelo meio para além do top 10 que, com o tempo, comecei a cantar mais por perceber que são músicas que ela gosta.

Noutro dia estávamos as duas num dos muitos momentos musicais do dia (quando falo com ela e em vez de ser em conversa normal sai em canção) e o meu marido apareceu. Viu aquela cena e perguntou:


"Oh Diana, tens noção que qualquer dia a miúda julga que vive num musical?"

Para mal dos pecados dele a Madalena acaba por reagir às músicas que canto, e estas acabam sempre por espelhar aquilo que gosto de ouvir e/ou de cantar.

Nos primeiros dias de berçário e, depois de a educadora dizer que ela choramingava muito de manhã por sentir a minha falta (era ela e eu), pediram-me para levar um CD com músicas que lhe cantasse, mas cantadas por mim. 
Por sorte, o meu marido tem um estúdio de gravação e eu acabo por ser cobaia de algum equipamento que ele compra.

Parte gira : quando estava grávida de cerca de 6 meses, ele pediu para eu lá ir cantar uma música para poder testar uma coisa qualquer (não me peçam para dizer que coisa era, que provavelmente digo asneira) e acabei por cantar isto:





Resultado: Esta acabou por ficar uma das "nossas" músicas.
Punha a tocar quando estava grávida e ela mexia-se imenso. Quando nasceu comecei a cantar-lhe sempre que a via mais irritada e ela acalmava. Mais para a frente, quando a ouvia, começava imediatamente a sorrir. Hoje em dia faz parte de um lote de 5/6 músicas que sei que a fazem não só acalmar quando se irrita, mas também sorrir e sentir-se reconfortada quando estamos na brincadeira ou perto da hora de dormir. Acabou também por ser a música que tocam no berçário e que ajudou a que ela se acalmasse e sentisse que tinha ali um bocadinho da Mãe perto dela.

Agora vou gravar mais umas 2/3 músicas para juntar a esta e diversificar a escolha. Os outros miúdos, coitados, é que já não me devem poder ouvir...







Coisas de Mãe #2

Estar a "conversar para dentro" (diga-se, a falar sozinha sem ser em voz alta) a seguir a deixar a miúda no berçário, tendo saído de casa a voar e sem comer e, em vez de pensar : "Então onde é que vou tomar o pequeno almoço?", pensar "Então onde é que a Mãe vai tomar o pequeno almoço?"...

sábado, 26 de setembro de 2015

Coisas que aprendi depois de ser mãe

A horizontalidade é um bem raro e precioso.  

A nossa roupa aguenta muito mais tempo sem ser lavada do que julgava.

É possível comer toda e qualquer refeição apenas com uma mão. E, já que estamos nesta, fazer tudo assim. TUDO, mesmo.

Dormir 2 horas é suficiente para aguentar um dia de trabalho.

Os banhos não têm de ser tomados todos os dias. 

A não ser que o bebé esteja a dormir desconfiar sempre quando há demasiado silêncio.

Tentar fazer tudo com tempo, por mais impossível que isto pareça, pois quando estamos com pressa há sempre episódio de fome inesperado ou explosão fecal.

Podemos não nos lembrar do que comemos ao almoço, mas a música de todo e qualquer brinquedo fica cravada a ferros na memória.

O conceito de "fazer figura de parvo" não existe, desde que faça com que ela comece a rir.

Por mais que se encha um saco de passeio, vai sempre faltar o que precisamos nesse dia. 

A roupa mais gira, fofa e cara é sempre aquela que mal é vestida fica coberta de algum tipo de secreção tendo de ser imediatamente mudada, muitas vezes antes de sair de casa.

Gasta-se uma fortuna em brinquedos e eles acabam é por querer a nossa carteira, chaves, telemóvel ou óculos de sol. 

Eles têm um alarme que liga assim que nos sentamos para comer uma refeição.

Não dizer que nunca faremos determinada coisa. Não sabemos o dia de amanhã.

Confiar sempre no nosso instinto. Raramente nos enganamos.

O conceito de felicidade muda por completo, porque por pior que seja o dia, basta um sorriso para tudo passar.



sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Os infectários

Já me tinham falado deste fenómeno. Avisaram-me das doenças constantes nos primeiros tempos de berçário. Eu ouvi. Ouvi, prestei atenção, mas desvalorizei.
Ora então eu, com uma miúda super rija e saudável, com todas as vacinas e mais algumas em dia e alimentada ou de mama ou com sopas de legumes biológicos alguma vez iria passar por isso? Impossível.

Enganei-me. E enganei-me redondamente. 
Ora então passo a relatar a minha experiência:

Primeira semana de berçário (a minha última de licença): passou lá 4 manhãs de forma a se adaptar. Lá ficou, correu bem, comeu bem e esteve bem disposta. 6a Feira ficou comigo em casa, era a minha última 6a de licença e quis ter fim de semana prolongado com ela.
Sábado: gastroenterite. Ok. Foi azar. Uma semana em casa até estar recuperada. 

Segunda semana de berçário: agora já em regime "full time". Lá terá que ser. 
Desta vez já custou mais. Estava mais choramingona, não queria ir. Ao terceiro dia tudo melhorou. Nesse mesmo dia à noite começou a fungar e a tossir...sem febre. Tudo bem. Não há de ser nada. Noite do demo mas acorda bem disposta e sem febre, só com corrimento nasal. Levo-a para o berçário já a medo. Fico a saber que estão todos assim. Está bem. Ligo à hora de almoço para saber dela. Ouço do outro lado : "Não se preocupe mãe! Se alguma coisa não estiver bem nós telefonamos logo."
Descanso. Hora e meia depois ligam...
A Madalena está cheia de febre e perguntam se podem dar um benuron. Disse que sim e fui buscá-la imediatamente para a levar à pediatra. Uma virose com o ouvido direito já inflamado. Casa com ela.

Agora temos o fim de semana para recuperar e na 2a, estando ela bem, berçário de novo com ela, e o meu coração num aperto indescritível.
Como se não bastasse já ter de a deixar e saber que sente a minha falta, ainda vem de lá doente. É demais. Não devia ser assim.

Resta-me enchê-la de beijinhos, esperar que melhore e que a segunda seja de vez...
A ver vamos!

Ó pra ela tão janota #2

Hoje em modo doentinha em casa, num look inspirado no Roberto Leal.


Body - Zara 
Collants - Zippy 

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Ó pra ela tão janota #1

A pedido de muitas famílias vou começar a partilhar alguns looks da Madalena.
Espero que gostem!


Vestido/body - Laranjinha
Meias - Primark
Sapatos - Zara Home
Bebé maravilhosa - minha 

De fralda para a meta

Há um ano atrás, finda mais uma corrida do Tejo, nada fazia prever o que aí vinha e que já estava em formação no meu corpo. Aliás, se pensar bem, aqueles últimos kilómetros a pensar que seria melhor afastar-me da berma da estrada para se desmaiasse não bater com a nuca no passeio e ficar estendida era já o feijãozinho a fazer das suas.

Correr 3 meses depois de parir nem sempre se revelou tarefa fácil. Mas o facto de ter sido ativa a gravidez toda, de querer voltar à forma e de ter um marido professor de educação física facilitaram a coisa. Há que ouvir sempre a opinião médica, o estado da nossa parede abdominal, o tipo de parto e a nossa condição geral ditarão a melhor altura para voltar à rotina de exercício físico. O ponto fundamental e conselho que posso dar resume-se a dois conceitos: bom senso e hidratação (principalmente para quem, como eu, amamenta).

Desde que soube que estava grávida que sabia que a corrida do Tejo 2015 seria a três, a nossa corrida, na nossa marginal.

Depois de vários treinos com e sem carrinho, naquela manhã, lá fomos nós com o nervosismo habitual que antecede uma prova e com a felicidade especial de levarmos a Matilde connosco.
Como estavámos com o carrinho (que durante a gravidez comprámos com uma boa suspensão já para o efeito), apesar de termos tempos para isso, optámos por não pedir pulseira para partir dos blocos mais rápidos, assim não atrapalhávamos ninguém e íamos com mais calma!

Com apenas 3meses, a Matilde dormiu o tempo todo, só acordando pouco depois de passarmos a meta. Fizemos os 10km em 1h02! No geral toda a gente apoiou mas há sempre pessoas pouco informadas e que acham que se podem meter na vida dos outros como uma Sra que perguntou se tínhamos falado com a pediatra.. Como se alguém se preocupasse mais com o nosso bebe do que nós e como se alguma vez me metesse numa aventura destas sem autorização da médica...



Adorámos a experiencia e esperamos incutir na nossa filha esta paixão pelo desporto e pela vida saudável. Próxima paragem: corrida Montepio. Os três como não poderia deixar de ser.


Resumo da noite

Miúda com nariz entupido.
Primeira tentativa de adormecer: impossível. Não mama porque está incomodada com o nariz. Ok. Lavagem com soro. Grita, esperneia, acalmo-a. Melhorou, boa. Vamos tentar pô-la a dormir de novo. Meia hora depois lá dorme. Boa. Vou acabar o jantar. Jantar acabado, ultima garfada, começa o choro. Larga tudo, quarto. Mais muco no nariz, será que vale a pena lavar de novo? Vamos ver. Tento adormecer. 10 minutos e adormece. Fixe, não precisou de lavagem. Sair de fininho para ver se dá para descontrair um bocado. Esquece. Recomeça o choro. Toca a pegar no soro e repetir o processo. Mais gritos, mais choro, mas narinas impecáveis. Ok. É agora, assim ela dorme e eu fico já também a dormir. Se calhar não. Chora, não fica na alcofa, só acalma ao colo. Tudo bem, vamos deixar adormecer ao colo para depois ir para a alcofa. Canto uma música, festinhas, beijinhos, adormece. Agora 5 minutos aqui para aprofundar o sono. Ok, 5 minutos passaram, vai para a alcofa. 2 minutos na alcofa e começa a chorar. Bem, assim não vai dar. Último recurso: vem para a minha cama. Choraminga um bocado mas 10 minutos depois adormece. Finalmente! Vamos dormir as duas. Hora e meia depois : quer mamar. Acordo, mama e acalma. Mas que cheiro é este? E o body parece húmido atrás...Pronto, acidente nuclear. Tira a roupa toda, deixa-a tapada com o edredon da cama só 10 segundos para ir buscar muda de roupa e fraldas ao quarto ao lado. Tudo bem, nem acordou. Levanto as pernas para colocar a fralda e sinto alguma coisa molhada. Cheiro. Ok. Fez xixi no edredon nos 10 segundos que demorei no quarto dela. Mudo-a de sítio para a limpar toda e vestir. Tiro o edredon, troco por outro. Meto-a na alcofa. Chora. Pronto, já percebi que vai voltar para a minha cama. Pego nela, entro na cama, estico as pernas. Molhado. O xixi passou do edredon para os lençóis. Desisto. Vou para o outro lado da cama com ela e dormimos mais hora e meia. Ela acorda para mamar. São 7.10. E agora vou trabalhar. 
Bom dia!

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

É que só a mim...

Cenário: LIDL após dia de trabalho. Miúda no wrap e a puxar cesto de compras.
Intervenientes: Diana e Pessoa Idosa
Data: hoje mesmo

Andava eu no corredor do LIDL com a miúda no wrap para facilitar a logística quando ouço alguém atrás de mim a fazer "barulhos de bebé", diga-se, a chamar a atenção à Madalena.
Olho para trás e vejo uma Pessoa Idosa do sexo masculino a rir-se para ela. Rio-me de volta. Até aqui tudo bem. Eis que não quando, a Pessoa Idosa alça da mão na direcção da miúda para lhe tocar.
Antecipo-me ao gesto e afasto-me de forma a ele não a alcançar.
Segue o diálogo:

Pessoa Idosa: Então? Está a fugir? Tem medo que esteja doente é?
Diana: Não. Simplesmente não quero que toque na minha filha.
Pessoa Idosa: Mas não quer porquê? Tem nojo de mim?
Diana: Oh meu Senhor, nem se fosse o Brad Pitt eu deixava que tocasse.
Pessoa Idosa: (silêncio e olhar vazio)
Diana: Ou o George Clooney...
Pessoa Idosa: (silêncio e desorientação)
Diana: o Marco Paulo!!!
Pessoa Idosa: Ahhh. Ta bem.

Nota mental: próxima vez adaptar logo as referências à pessoa em questão...

domingo, 20 de setembro de 2015

Conversas do dia-a-dia #2

As filas prioritárias

As filas prioritárias existem por algum motivo : para facilitar a vida a pessoas que supostamente têm mais dificuldade em permanecer numa fila durante muito tempo.

E isto tem lógica. Pelo menos eu acho que sim. 
Se pensarmos bem, estas filas não existem na Zara, no cinema ou na discoteca. Existem em poucos sítios, supostamente sítios onde as pessoas que entram na categoria de prioritários terão de ir não por capricho mas por necessidade. 

Dito isto, não conheço uma grávida ou mãe que não tenha uma história dantesca passada nestas filas.
Eu tenho mil. Só não tenho duas mil porque, depois da minha primeira tentativa de a utilizar, fiquei quase 3 meses sem o fazer tal foi o sucesso da coisa.

Já vi muita coisa a acontecer nesse local, muita mesmo. Tanta que nesta fase, com a miúda, se ela estiver bem disposta prefiro ir para uma caixa normal, ou para uma de self service, só para evitar chegar às duas mil.

Para verem que não estou a exagerar, segue o top das minhas passagens por essas filas:


1- Primeira tentativa de utilização de caixa prioritária.

Pingo Doce, hora de almoço, um cestinho de artigos. Duas caixas abertas, uma delas a prioritária. Filas de 10 pessoas em cada caixa. Eu pouco grávida mas enjoada que nem uma perua e hipotensa, quase a cair de nariz no chão. 
Falei com a Sra da caixa, perguntei se havia prioritários e expliquei que não me estava a sentir bem. Mandaram-me passar. Até aqui tudo bem.
Senhor com cerca de 70 anos, fresco como uma alface começa aos gritos. 
"GRAVIDEZ NÃO É DOENÇAAAAA".
"SE ELA PASSA PORQUE ESTÁ GRÁVIDA EU PASSO PORQUE SOU IDOSOOO"
Eu lá tentei explicar que estava a sentir-me mal mas que se o senhor tinha prioridade devia passar à minha frente.
Resto da fila, constituída também por velhotes, começa a gritar com o homem, a dizer que ele devia ter vergonha na cara, que bastava olhar para mim para ver que não estava bem.
Resumindo e baralhando: acabou com segurança, gerente da loja e polícia na caixa, eu sentada no chão transparente e o segurança a arrumar as minhas compras e a levá-las para o carro. (Agora percebem porque fiquei uns bons meses sem me meter noutra).

2- O clássico: "Ahh...nem reparei que estava grávida!". Só para perceberem o absurdo, desde os 5/6 meses que me perguntavam se a criança estava quase aí, tal era a dimensão da pança...

3- Caixa prioritária cheia de gente, ninguém prioritário. Cerca de 2 semanas antes de parir.
Peço licença, lá ouço os grunhidos de má vontade, e eis que no início da fila vejo uma pessoa do sexo feminino, no alto dos seus saltos altos, a dar-me as costas para eu não passar. Peço licença. Continua de costas. Passo à frente com o aval da senhora da caixa (nota: tinha 1 artigo na mão). 
Pessoa: "Pffff...olha-me esta...só para que saiba estou na fila há 20 minutos e estou cheia de pressa!"
Diana: "Pffff...olha-me esta...tenho um artigo na mão e estou quase a parir"

4- A uma semana de parir. Barriga a ultrapassar os limites do aceitável, dor ciática absurda (que me dava um bambolear gemido extremamente sensual), a dormir cerca de 2/3 horas por noite, 3 artigos na mão. Chego à caixa prioritária. Pessoa do sexo feminino com cerca de 40 anos à minha frente com o carrinho aí a 50% de ocupação. Peço prioridade. Pessoa pergunta-me porquê. Expliquei. Resposta pronta : "Pois, mariquices!! Na minha altura não havia nada disto!! Só porque está grávida agora tenho de esperar? Que palhaçada!"
Não vou escrever o que disse, porque a resposta foi longa e não apropriada para os olhos mais sensíveis. Mas lá passei à frente.

5- Velhota, aí com os seus 70 anos. Com um speed tal que chamou a minha atenção enquanto me arrastava no supermercado. No tempo que eu demorei a ir buscar pão e pouco mais ela encheu meio carrinho de compras. Fui para a fila prioritária. Esperei que uma senhora acabasse de pagar e fui chamada para a frente da fila. Estou a por os 5/6 artigos que tinha na mão no tapete quando ouço : "COM LICENÇAAAAA!!! TENHO PRIORIDADEEEEE!!" e sinto um carro a bater-me no rabo. Olho para trás e era a speedy gonzalez a querer passar-me à frente. 
Parei 5 segundos para respirar fundo e não lhe atirar o pão à tola e disse que também era prioritária porque estava grávida. 
Segue transcrição do diálogo:
Speedy - Está grávida? Poooois!! Mas eu sou idosa!"
Diana- Lá está, somos as duas prioritárias e eu já aqui estava. Para além disso não tenho quase nada para pagar e a senhora tem o carrinho quase cheio.
Speedy - Pooois, mas eu vou passar.
Diana - Pooois, não vai não.
Speedy - Que chatice, devia ter trazido a minha bengala 
Diana - Lá está. Eu bem queria ter deixado a barriga em casa mas não deu. 


E por último o reverso da medalha.
Porque não só há quem não deixe passar uma pessoa prioritária (ou o faça a muito custo e com insultos pelo meio), também os há que abusam da prioridade.

Casal com uma criança aí com 5/6 anos. Ele no alto do seu quase metro e noventa, ela com cerca de metro e meio. Chegam à caixa prioritária. 
Marido empurra as pessoas na fila (empurra mesmo, sem pedir licença) enquanto diz, em tom autoritário "temos criança de colo!!".
Enquanto isso a mãe pega na "criança de colo" que, devido à sua tenra idade, quase arrasta os pés no chão.
Ponto a favor: a cena foi tão surreal que as pessoas deixaram passar sem questionar. Acho que só interiorizaram bem o que se estava a passar depois de o casal ter pago.
E não, não me passaram à frente...


sábado, 19 de setembro de 2015

Roupa e mais roupa

Eu adoro compras. "Ah e tal é coisa de gaja". Pois que seja.
Acalma-me quando estou mais enervada e serve de "palmadinha nas costas" quando alguma coisa correu bem.
Enquanto que antes o foco das minhas compras era o meu armário, desde que engravidei transferi a coisa para a minha filha.
Dito isto, tornei-me rapidamente uma quase especialista em roupa de bebé.
Ou então era o que achava.

Sempre privilegiei o estético em relação ao funcional. Basta olhar para os sapatos que uso para perceber que é a verdade.
Quando comecei a comprar roupa para a Madalena também o fiz.
Se eu disser que, quando ela nasceu, eu só tinha uns 4 babygrows mas dezenas de vestidos, fofos, tapa-fraldas e bodies de gola, julgo que conseguem perceber o género.

Só quando ela nasceu e eu comecei realmente a ter de utilizar aquela roupa toda é que percebi que se calhar não fazia muito sentido... E lá fui encher o armário dela de "roupa confortável".

Mais uma vez, com a minha falta de experiência, fui para as marcas mais conhecidas comprar peças "práticas" mas sempre bonitas.
Comprei babygrows lindos, com golinha trabalhada e bordados à frente. Uns macacões amorosos em várias cores, mais umas peças giras para juntar à colecção.

Quando finalmente entrei na rotina e a vestir todas as peças comecei a perceber que provavelmente quem faz roupa para bebés nunca deve ter tido um.

Ora então expliquem-me o fenómeno:

Babygrows com as molas TODAS atrás : sim, ficam lindos depois de vestidos, mas é até chegar a esse ponto? Ou têm um anjo em casa ou, se vos calha um polvo como me calhou, só vos posso dizer : "Boa sorte". Já para não falar do facto de dormirem em cima das mesmas molas. Por mais fofinhas e pequenas e acolchoadas é impossível não se sentir...

Fofos sem molas em baixo - basicamente roupa que obriga a despir a miúda toda cada vez que se muda uma fralda. Qual é a lógica? Dá imenso jeito, especialmente quando estamos na rua e mudamos a fralda em cima de uma superfície qualquer (já que a larga maioria dos sítios não tem fraldário).

Roupa com texturas - ficam muito giras vestidas. O problema é quando se despe e o nosso bebé parece um réptil, com o corpo todo às riscas.

Andei eu a gastar uma pipa de massa em babygrows da Laranjinha lindos de morrer e agora cá em casa só se usam os da Primark.
É para aprenderes Diana...







quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Uma imagem vale mais que mil palavras...



Isto descrito em palavras seria: resguardo, fralda, parede, cesto da roupa suja, cortinas, almofadas, pose de mãos atrás da cabeça e perninha cruzada tipo "limpa aí isso faxavor"...

As prendinha do demo

A chegada de um bebé é um momento de grande felicidade, não só para o casal, como para quem os rodeia.
Todos ficam entusiasmados com a notícia e, invariavelmente, querem oferecer alguma coisa para marcar o momento.
Enquanto que a larga maioria das pessoas oferece coisas amorosas ou (os mais espertos e cuidadosos) pergunta o que faz falta e se há alguma coisa que não gostamos, há sempre aquela prenda. A prendinha do demo.

A prendinha do demo pode assumir várias formas. Pode ser roupa, um objecto decorativo, um acessório para o bebé ou até um brinquedo.

Eu recebi umas quantas, não vou negar. Felizmente não foram muitas (acho que as pessoas sabem quão picuinhas sou e consultavam-me quase sempre antes de qualquer compra), mas chegaram. 
Passo a enumerar o meu top 3:

1- Uma peça de roupa manufacturada por uma amiga de uma amiga. Ok. Até aqui tudo bem. Assume-se que a manufactura lhe garanta um carácter afectivo.
Problema: o material utilizado...
Eu sou atópica e já se sabe que a Madalena teria hipóteses de também vir a ser. Ora esta peça era tão extraordinária que ao fim de cerca de 2 minutos com a peça na mão tinha comichão na garganta, espirros sucessivos, pingo no nariz e fiquei com a pele vermelha e cheia de borbulhas em todo o sítio por onde a peça tinha tocado.
Veredicto: Ah...que pena, não cheguei a usar... Foi a lavar e estragou-se, devo-me ter enganado na temperatura...cérebro de grávida!!"

2- Uma moldura em prata. Até aqui parece tudo bem não é? E se disser que essa mesma moldura tem escrito no topo, a preto e em letras garrafais : HELLO KITTY. E, como se isto já não fosse suficientemente mau, ainda há uma gata do demo em relevo a ocupar cerca de 1/3 do tamanho da moldura.
Eu até acho graça à Hello Kitty. Tenho alguns artigos dela, mas funciona como um apontamento. Com aquela moldura parece que HELLO KITTY é o nome da miúda e que existe aqui algum fetiche mal resolvido por gatos.
Veredicto: ainda está na caixa. Prevejo que lá permaneça até à pessoa que a ofereceu cá vir, dia em que será retirada e exposta, para ser depois arrumada no final da visita.

3- Um vestido, mas que vestido! Num mix de algodão e poliester que lhe conferem aquele ruído plastificado quando tentamos sentir a textura. Um corte genial e, a cereja em cima do bolo, uma flor plantada no peito numa renda de poliester (isso existe sequer?..) de uma cor que não tem assim muito a ver com o resto.
Veredicto: está guardado. Ao menos não me faz alergia e, caso um dia haja um apocalipse de roupa cá em casa e não haja nada lavado, aquela será a alternativa a ficar de fralda (embora se estiver calor a fralda será sempre a primeira opção).


E sobre isto havia tanto para dizer, mas para já fico por aqui. No futuro traremos mais prendinhas do demo! (se é que depois deste texto não me deixem de dar prendas de todo...).

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Amamentar ou não, eis a questão

Cada vez mais sabemos sobre as vantagens da amamentação. Qualquer Mãe é bombardeada com estudos e artigos que provam que o leite materno é muito mais do que um simples alimento. E isso é bom, especialmente porque na altura em que nascemos (anos 80 - crianças dos 90, livrem-se de nos chamar de velhas tá?) os bebés marchavam quase todos a suplemento.

Num mundo ideal, todos os bebés deveriam mamar. Eu sei. É o mais fisiológico e saudável, e ainda tem a vantagem de ser de borla e de ser prático, porque o leite está sempre disponível e à temperatura correcta. 
Isto é tudo verdade.
Mas num mundo ideal uma Mãe deveria ter pelo menos um ano de licença de maternidade. Nesse mesmo mundo, tanto médicos quanto enfermeiras seriam qualificados para ajudar na amamentação e não oferecer suplemento à primeira contrariedade. Os bebés deveriam nascer a fazer a pega correcta e a subida do leite não deveria provocar dores e desconforto piores que, muitas vezes, os causados pelo parto. As mastites também deveriam ser excluídas e todas as mães deveriam estar descansadas e serenas para facilitar o processo. Com a pega correcta à nascença não haveria mamilos gretados e desfeitos e a Mãe não teria dor a amamentar.

Naturalmente as coisas não são sempre assim.
Antes de a Madalena nascer li bastante sobre isto, fiz cursos, informei-me e, achei eu, iria amamentar sem problemas, pois isso seria o melhor para a minha filha. 
Tinha relatos de amigas que amamentaram facilmente e assumi que seria isso que nos iria acontecer.
Obviamente que não podia estar mais enganada.

O Hospital onde a Madalena nasceu não poderá ser chamado de "amigo da amamentação". 
Durante o internamento pós parto e apesar de toda a teoria bem estudada, acabei por precisar de ajuda e deparei-me com uma equipa de enfermagem que parecia composta por peças de puzzles diferentes, todas atiradas para a mesma caixa. O que quero dizer com isto? Que a cada enfermeira que pedia ajuda recebia informações diferentes. Eu e o meu marido já nos riamos.
Passo a citar o que eu ouvi.
"Ela já está a mamar há 30 minutos? Isso é demais! Dá 15 minutos no máximo e se quiser mais oferece da outra!"
"Está a dar das duas? Não dê! Nesta fase dê só de uma mas também não a deixe andar aí a usar isso como chucha! Acabou acabou e tira-a dai"
"Só está a dar 15 minutos? Não pode ser! Tem de a deixar ficar o tempo que ela precisar, ela logo decide quando acabou!"
"Já mamou 20 minutos e ainda ai está? Isso é porque não tem leite suficiente! Tem de dar suplemento!"

Qual é o problema disto tudo?
O problema é que, por mais que se leia e estude, o nascimento de um filho é assoberbante e só queremos que ele esteja bem. Assim sendo, se nos dizem que é preciso fazer uma coisa acabamos por ceder, por assumir que o profissional de saúde sabe o que está a dizer e, no caso específico da amamentação, apercebi-me que há muita falta de formação e opiniões que levam a que, facilmente, tudo corra mal.

Isto tudo para dizer o quê?
Para dizer que eu, a pessoa mais convicta do Mundo que a amamentação é que era e que só quem amamenta é que tem juízo, rapidamente comecei a perceber quem não o faz. 
Isto não é pêra doce. 
É óbvio que há pessoas a quem tudo corre bem desde o início e que não perceberão o que estou para aqui a dizer, mas todas que passaram por problemas nesta fase certamente me percebem.

Uma mulher que esteja com dificuldades em amamentar não se sente bem. Está sempre na dúvida. Em vez de estar a curtir o filho e esta nova fase incrível da vida anda obcecada com gramas e percentis. Em vez de aproveitar para descansar quando o bebé dorme anda na net à procura de ajuda, a ver como consegue aumentar a produção do leite (muitas vezes sem necessidade nenhuma) ou a tentar perceber o que está a fazer de errado.

Eu tive a sorte de ser encaminhada por uma amiga para uma CAM que me deu as armas e a confiança necessárias para dar a volta aos problemas que tinha e acabar por amamentar sem dificuldades. Muitas não têm essa sorte. Muitas não sabem sequer que existe essa opção.
Neste processo consegui perceber, aceitar e respeitar as Mães que acabam por deixar a mama e passar para suplemento, seja por que motivo for.
Nenhuma Mãe é mais que outra e apesar de todos os dias se ouvir, de mil fontes diferentes, que amamentar é "o melhor para eles" permitam-me discordar.
O melhor para eles é serem muito amados, acarinhados, mimados e desejados. Isto sim fará deles adultos felizes e realizados.



Para as que possam estar a ter problemas ou dúvidas na amamentação e grávidas (tenham esta informação convosco na maternidade, a fase inicial é muito importante) deixo os contactos de quem vos pode ajudar e orientar.

SOS Amamentação: http://www.vamosdardemamar.org




E não se esqueçam. A dar de mamar ou com biberão somos todas iguais. Somos todas Mães.
E isso é o mais importante.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

5 meses

Querida Madalena

Faz hoje 5 vezes que te vi pela primeira vez. 
Como tua mãe, tive o privilégio de te ter só para mim durante 9 meses e um cheirinho, de saber o que te fazia saltar e o que te acalmava. Talvez por isso quando te vi pela primeira vez senti que já te conhecia, que sempre tinhas estado ali, só me faltava ver-te para te percepcionar por inteiro.

Desde que engravidei que ouço o mesmo em loop : "Aproveita!! Isto passa tão depressa!!". Não sei se será só de mim, mas acho que, apesar de achar que já estás enorme e muito longe do bebé que eras em Abril, o tempo passou na velocidade certa.
Consigo lembrar-me de todas as tuas fases, as terríveis cólicas do início, os primeiros sorrisos e gargalhadas, o primeiro beicinho, e gostar de tudo, pois foram todas essas fases que contribuíram para o ser fantástico que és.

És realmente uma bebé maravilhosa. Eu sei, todos os pais dirão o mesmo dos seus filhos, mas para mim és a mais incrível de todos.
Para além de seres linda como uma boneca és um amor. Tens sorriso fácil que distribuis por todos que te abordam. És super atlética e despachada para a idade que tens, tanto é que a tua pediatra diz sempre que és extraordinária. Fazes o "pescoço rijo" como ninguém, já te aguentas sentada sozinha (uns largos segundos) e ontem deste a tua primeira volta completa no chão.
Palras a toda a hora e há poucos dias disseste a tua primeira palavra.
Gostas muito de colinho, sendo que por agora o meu ainda continua a ser o teu porto seguro. Adoras ouvir-me cantar, especialmente as músicas que invento com o teu nome. Acho que percebes que aquelas são só tuas e têm um significado especial. Levas tudo à boca. Seja o que for, só entra na tua vida depois de o provares. Nesta fase os teus pés e as minhas mãos estão no top de preferências.
Quando estás cansada ou a precisar de mimo extra fazes beicinho, um beicinho amoroso daqueles que faz toda a gente dizer um : "Ohhhhhhhh" em coro. Já começas a ser vaidosa. Todos os dias, quando fotografo o look escolhido, basta dizer-te para olhares para o telemóvel e fazes imediatamente pose. E eu rio-me, e tu também. 

Todos os dias te pergunto se és feliz, e tu retribuis com um sorriso de gengivas de orelha a orelha. E o meu coração fica ainda mais cheio.

Só quero que saibas que é impossível quantificar o quanto gosto de ti, ainda não inventaram unidades para tal, e o quão feliz e orgulhosa me sinto por ser a tua Mãe.

Muitos parabéns por estes teus 5 meses minha querida bebé.
A Mãe gosta tanto tanto tanto de ti!