Eu percebo. A minha filha é fofinha. Todos os bebés o são. Sorri, é simpática, bem disposta, um amor. Quer meter conversa com ela. Eu compreendo. O que eu não compreendo é a necessidade que tem de lhe mexer, quando não a conhece de lado nenhum. Juro que não entendo. A minha filha é uma pessoa e não um acessório. Tem direito ao seu espaço, à sua intimidade, e não tem de ser mexida por estranhos só por ser pequena.
Pior que isto é ver a sua cara de espanto ou irritação quando eu peço para não lhe tocar. Parece que estou a dizer que tem sarna. Não querer que mexa na minha filha não é duvidar da sua higiene ou carácter, é apenas a minha forma de pedir que respeite o seu espaço.
Já pensou que, se calhar, é a 5a ou 10a pessoa neste dia que tenho de afastar? Imagine o que seria estar a passear e ter, a cada dois minutos, pessoas que não conhece de lado nenhum a esticar a mão para lhe tocar. Não tinha lógica nenhuma pois não? Quanto é que isto passa a ser normal quando falamos de uma criança?
Próxima vez que vir um bebé que não conhece de lado nenhum pense duas vezes antes de esticar a mão. Sorria. Mãe e filho agradecem.