sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A moda dos Mercaditos

Desde que me lembro que associo a palavra Mercado à venda de produtos frescos em bancas. Sejam legumes, fruta, peixe, flores, o que for.
De há uns tempos para cá surgiram os manos mais novos e "posh" dos mercados, os Mercaditos.
Ora e em que consistem estes Mercaditos? Perguntam vocês. (Não perguntam nada porque já todas sabem muito bem o que são, mas eu explico à mesma).

Os Mercaditos são os sítios onde marcas, essencialmente de artigos para bebés/crianças e mulheres, vão expor e vender os seus produtos, visto muitas não possuírem um espaço físico e viverem apenas num domínio online.

Eu confesso que gosto. Pirosa confessa, gosto de ver os vestidinhos e fofos e tapa fraldas e achar que tudo aquilo me faz falta. Geralmente tenho de ir visitar esses sítios com alguém que funcione como a voz da minha consciência para não estourar o orçamento familiar em trapos.
Por mais giros que sejam, estes Mercaditos são também um antro. Um sítio onde uns vão para ver e serem vistos, e outros vão para andar à batatada para apanhar o último body de gola de metro e meio.

Passo a explicar: a minha primeira experiência nestes mercados foi já grávida. Devia estar grávida de uns 5/6 meses, mas já tinha uma barriga descomunal.
Fui inocentemente ao mercado para ver umas primeiras peças de roupa para a Madalena, visto ali ter coisas diferentes das que se encontram nas lojas de shopping.
E foi com isto que me deparei, imaginem o cenário:

Espaço amplo, com bancas cheias de artigos (julgo eu, porque só vi cerca de meio centímetro quadrado de cada uma).
Centenas/milhares de mulheres. Tendencialmente uma onda mais beta  (para o perceber bastava ouvir cerca de 80% das crianças a serem tratadas por você).

Ora então pensamos: muito espaço, muitos artigos, pessoas com o mínimo de educação. A coisa só pode correr bem não é? 

Errado. Não podia ser mais diferente que isto.
Posso dizer que, se não fosse o instinto protector natural que uma grávida tem pela barriga, teria levado tranquilamente para cima de dez cotoveladas, só por tentar ver o que cada banca tinha para venda.
As Titis e Tatás da vida, do alto dos seus saltos compensados devem ter praticado pugilato na infância, pois lutavam pela última gola à Afonso Henriques como se a sua vida dependesse disso.
Era vê-las a virar as bancas do avesso à procura do tamanho da  "Baby U" (sim, as crianças são todas Baby seguidas de uma letra. Estranho, para pessoas que dão aos filhos nomes dignos da dinastia de Avis)...

Eu já fui a alguns destes "eventos" desde que engravidei, e acontece-me sempre o mesmo.
A chegar de carro, quando vejo o CAOS para estacionar penso : "Diana, tanta coisa boa para fazer num Sábado/Domingo à tarde, o que é que estás aqui a fazer?...".
Luto contra esse pensamento. Afinal, vai valer a pena porque vou comprar coisas muita giras.
Estaciono. A 2 Kms. Siga a marcha. "Bem, até me faz bem o exercício...".
Finalmente estou no local. MILHENTAS pessoas. Todas numa fúria e a assaltar as bancas e eu sem conseguir sequer perceber o que está à venda. Lá vou espreitando entre cabeças a ver se vejo alguma coisa de jeito, mas à primeira ameaça de cotovelada/empurrão mudo de direcção. Mais uma vez : "Diana, vai-te embora...não estás aqui a fazer nada...".
Opa...mas já estive meia hora para estacionar e andei 2Kms a pé. Já agora vou aproveitar. 
Dou uma volta, dou duas, dou três, e invariavelmente passo mais tempo a ver cabeças e a desviar-me de porrada que a ver artigos.
Lá compro uma ou outra coisa (há que justificar a viagem não é?) e vou embora.
Nos 2Kms de volta para o carro sempre o mesmo pensamento em loop : "NUNCA mais. Já não me apanham noutra...louca! Sou louca! Acabou!"

Até chegar o próximo...
Socorro!

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