domingo, 13 de setembro de 2015

O tau tau

Que raio de mania é esta de se dizer aos bebés (e crianças) que se dá tau tau em tudo?

Noutro dia fui a uma loja de roupa de criança no shopping que adoro mas evito por causa de uma funcionária.
A Sra é tão chata, tão chata, tão tão tão tão chata (ja disse que ela é chata?...) que cada vez que a vejo fujo.
Nesse dia ela não estava lá, era uma Sra nova que nunca tinha visto.
Óptimo!
Saldos, 60% de desconto.
Ainda melhor!

Estou com a miúda no wrap a vasculhar a roupa e começo a perceber que esta pessoa é do género da outra. Desvalorizo.
Lá escolho umas quantas coisas para levar e vou pagar. A Madalena impecável, super curiosa a ver tudo.
A pessoa lá me pergunta quantos meses ela tem, faz os elogios da norma e eis que a Madalena dá um gritinho (aprendeu nas férias...que bom!).
Ainda a miúda não tinha acabado de dar o gritinho e a pessoa entra em modo excitex:
"Oh fofuxixinha xuxuxinha fufufu, táx tixte?? Vamux dá tau tau à mamã vamux?? Tau tau!! A mamã é má. Tau tau!!"

Eu fiquei cerca de 10 segundos em silêncio. Senti-me como naquelas experiências relatadas por quem morreu uns minutos, fora do corpo e a ver a cena de fora.
Quando voltei a mim continuava o rol de tau taus e xuxuxus. Disse-lhe o que tinha a dizer e vim-me embora, ainda a tentar perceber o porquê daquilo.

Qual é o intuito de dizer a um bebé ou criança para dar "tau tau" seja a quem for? Que hábito mais idiota.
E o pior é que não é a primeira, nem a segunda nem a décima vez que ouço pessoas a utilizar esta expressão.

"Caíste?? Coitadiiiinha!!! Dá tau tau ao chão!!"
"O boneco é feio!! Dá tau tau no boneco!!"

Alguém me explica o porquê deste hábito tão absurdo?

Enquanto isso estou aqui com uma dorzinha de cabeça, vou ao shopping dar tau tau na senhora a ver se passa...



2 comentários:

  1. É um péssimo exemplo que apenas faz com que a criança seja motivada extrinsecamente.

    Perante qualquer coisa que potencialmente a faça sentir frustrada, se a ensinamos a "dar tautau" e a atribuir a origem de todas as suas inndisposições a factores externos (a mãe, a cadeira na qual acabou de tropeçar, o peluche que a fez espirrar...), estamos a fazer com que a criança não aprenda a motivar-se intrinsecamnete e a ter um locus de controlo interno (saber tolerar, ser resilente e paciente em estados de má disposição). Uma criança com uma educação para a um locus de controlo interno é muito menos ansiosa, aprende muito mais com os erros e em suma é uma criança muito mais feliz! :)

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